Mário Tomé critica "estender de mão" do Bloco de Esquerda ao PS para acordos

Agência Lusa , BMA
2 fev 2022, 08:16
Parlamento chumba Orçamento do Estado para 2022

Na opinião do histórico da UDP, “o chumbo do orçamento era absolutamente necessário”

O histórico da UDP Mário Tomé criticou esta quarta-feira a estratégia do BE nas legislativas de “estender a mão ao PS para fazer acordos” em vez de se apresentar como alternativa, defendendo um “balanço sério” sobre esta pesada derrota.

O antigo deputado da UDP Mário Tomé é, desde a última Convenção Nacional do BE, membro da Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre convenções, tendo sido eleito pela lista do movimento Convergência, críticos da direção de Catarina Martins.

Em declarações à agência Lusa sobre o resultado eleitoral do BE nas legislativas de domingo – o pior em 20 anos, com a perda de metade dos votos e a eleição de apenas de cinco dos 19 deputados – Mário Tomé defendeu que esta derrota “muito pesada” não pode significar continuar na mesma linha, exigindo uma “mudança efetiva” na linha política que está a ser seguida.

“O programa eleitoral do Bloco, quer em 2019 quer agora, é um bom programa eleitoral, só que foi depois metido debaixo do estender da mão ao PS para fazer acordos e o que é que ficou para as pessoas? O Bloco chumbou o orçamento e agora quer o acordo”, criticou.

Na opinião do histórico da UDP, “o chumbo do orçamento era absolutamente necessário” - uma vez que o documento proposto pelo PS “não respondia às questões essenciais” – lamentando, no entanto, que não tenha havido preparação para isso.

“O Bloco devia ter afirmado o seu programa em oposição ao PS e não acenar ao PS com ‘vamos fazer um acordo’”, defendeu.

Para o antigo deputado da UDP, esta estratégia “não permitiu afirmar as posições do Bloco”, tendo mostrado um partido “absolutamente determinado” em continuar na situação de “pseudo, eventual ou presumível parceiro do PS na governação”.

“E isso retirou tudo aquilo que eram as características fundamentais do Bloco e de como ele nasceu, que é ser uma alternativa da esquerda em Portugal. O Bloco devia apresentar-se como alternativa, como oposição a um Governo do PS”, reiterou.

Para Mário Tomé é preciso “fazer um balanço político sério” dentro do partido.

“O Bloco anda a perder eleições há três anos e tem que fazer um balanço político sério, indo às raízes, que é aquilo que não tem feito nas várias derrotas, nas legislativas de 2019, presidenciais e autárquicas”, afirmou.

Insistindo que “o Bloco tem que regressar às origens, criar um novo élan e apresentar-se de novo como uma alternativa”, o dirigente bloquista aponta a um balanço que “tem que ser coletivo”, começando já na reunião de sábado da Mesa Nacional, que será precisamente para fazer a análise dos resultados eleitorais.

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