Na opinião de Nelson Silva, esta “reflexão não se pode circunscrever única e exclusivamente aos órgãos diretivos”, e deve passar também pelas estruturas locais
O ainda deputado do PAN Nelson Silva considerou esta segunda-feira que o resultado nas eleições legislativas, com a perda do grupo parlamentar e eleição de apenas um mandato, merece um apuramento de responsabilidades e defendeu a convocação de um congresso.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente afirmou que “já há uns tempos que existe um descontentamento em relação a opções que têm sido feitas” e demonstradas internamente “de uma forma até bastante clara, em vários órgãos”.
E considerou que, “com estes resultados”, que “não são minimamente positivos”, uma “coisa é clara”.
“Têm de ser apuradas as devidas responsabilidades de uma forma madura, com muita maturidade e com elevação, mas os filiados têm de ter também uma palavra a dizer”, defendeu.
Na opinião de Nelson Silva, esta “reflexão não se pode circunscrever única e exclusivamente aos órgãos diretivos”, e deve passar também pelas estruturas locais.
O membro da Comissão Política Permanente (órgãos mais restrito e de direção política) e da Comissão Política Nacional (órgão alargado de direção) defendeu ainda a possibilidade de um congresso extraordinário eletivo “para legitimar essa discussão”.
“Se queremos que seja feito um debate interno sério, uma reflexão séria e para definir o futuro do partido é importante que esteja tudo em cima da mesa, incluindo um congresso eletivo”, salientou.
Sustentando que “há necessidade de fazer uma catarse”, o deputado advogou que “não há sitio melhor senão um congresso”.
De acordo com o dirigente, “há bastantes distritais e concelhias” que subscrevem esta opinião.
Nas eleições legislativas de domingo, o Pessoas-Animais-Natureza foi o oitavo partido mais votado, com 1,53% e 82.250 votos, depois de nas últimas eleições legislativas, em 2019, ter alcançado 3,32% (174.511 votos) e eleito quatro deputados.
No domingo, o partido perdeu o grupo parlamentar e volta a estar representado na Assembleia da República com deputado único, porque só conseguiu eleger a porta-voz, Inês Sousa Real, por Lisboa.