PAN elege Sousa Real para o Parlamento nos últimos minutos e com menos 50% dos votos de 2019

31 jan 2022, 02:41

Líder do PAN assumiu resultado mau para os ambientalistas e prometeu fazer uma "reflexão interna" sobre a forma como foi conduzida a campanha

O PAN conseguiu escapar ao mesmo destino do CDS e, já perto do fim da contagem de votos em Lisboa, viu a sua porta-voz, Inês Sousa Real, ser eleita novamente para a Assembleia da República. No final de contas, teve 82.250 votos, menos 52,8% do que em 2019 quando conseguiu eleger quatro deputados.

Já perto da uma da manhã, Inês Sousa Real assumiu o “mau resultado” dos ambientalistas, prometendo fazer uma “reflexão interna” sobre a estratégia que a sua direção conduziu durante a campanha eleitoral.

“É um mau resultado que assumimos e que a direção terá que fazer a sua reflexão interna em relação à estratégia que queremos desenvolver para o futuro do partido e do país”, afirmou Inês de Sousa Real, que seguirá sozinha para o parlamento, na sala Fernando Pessoa do Centro Cultural de Belém.

Sousa Real, que durante a campanha mostrou-se disponível tanto para formar uma ecogeringonça liderada pelo PS, como um acordo com o PSD, acabou por não ver essa abertura concretizável, porque o PS atingiu 117 deputados. Ainda assim, prometeu “levar para a frente as causas do PAN” frente a uma maioria absoluta que entende “não ser saudável para o país”. “Esperemos que o PS não deixe para trás uma capacidade de diálogo”, apelou.

Esta já tinha sido uma ideia lançada durante a campanha quando, na apresentação do seu programa eleitoral no Porto, afirmou que a maioria absoluta “não serve os interesses do país”. “Basta olharmos para aquilo que foi o crescimento, seja do ordenado mínimo, seja do crescimento do país, quando tivemos governos de maioria absoluta e aquilo que os governos com uma maioria simples foram forçados a dialogar e a fazer avançar o país”, apontou.

Na ótica da líder dos ambientalistas o desfecho das eleições legislativas não é apenas mau para o PAN, “mas também para a democracia, porque não reflete o que temos feito ao longo dos últimos anos”.

No final do seu discurso, Sousa Real deixou uma garantia: “Seja com uma deputada ou com um grupo parlamentar, continuaremos a trabalhar com o mesmo afinco. Com a certeza que, numa próxima eleição, seremos muitos mais”.

Durante a campanha eleitoral, Inês Sousa Real foi alvo de algumas polémicas, incluindo a acusação de que a empresa do marido da líder do PAN utilizava um inseticida sintético e que libertou no ecossistema uma subespécie de abelhas não autóctones, que a levou a queixar-se de uma “campanha de desinformação”.

Nas legislativas de 2019, o PAN tinha alcançado quatro deputados: André Silva, que renunciou e deu lugar, em 2021 a Nelson Silva, Inês de Sousa Real, por Lisboa, Bebiana Silva, pelo Porto, e Cristina Rodrigues, por Setúbal, que abandonou o partido e passou à condição de não inscrita.

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