Sida: ritmo de acção actual «é muito lento»

12 out 2007, 13:40
Sida: ritmo de acção actual «é muito lento»

Por este andar, apenas um terço dos infectados terá acesso a tratamento em 2010

O director da ONUSIDA, Michel Sidibe, defendeu esta sexta-feira em Lisboa que se a resposta à sida se mantiver ao ritmo actual apenas um terço das pessoas infectadas terão acesso a tratamento em 2010, noticia a Lusa.

Michel Sidibe falava esta sexta-feira na abertura da reunião de coordenadores de programas nacionais de infecção VIH/Sida, realizada no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia e que reúne no Centro Cultural de Belém representantes de cerca de 50 países.

«O ritmo da nossa acção é muito lento e, vamos ser realistas, se continuarmos a este ritmo, em 2010 teremos apenas 4,6 milhões de pessoas a receberem tratamento, o que representa apenas um terço dos 13 milhões de pessoas que precisam de tratamento», disse Michel Sidibe, lembrando que mais de 135 países estabeleceram em 2006 o acesso universal ao tratamento com anti-retrovirais como meta para o final da década.

O responsável da agência da ONU lembrou «o papel fundamental» da União Europeia na adopção de um compromisso político sobre a sida, considerando que os países-membros têm agora a «grande responsabilidade de transformar as palavras em acções».

«Temos que liderar pelo exemplo e se queremos assegurar acesso universal à prevenção, tratamento e apoio em 2010 temos que estar preparados para agir e traduzir palavras por actos. Sabemos o que fazer, é tempo de agir», defendeu.

O director da ONUSIDA sustentou ainda que o desafio não passa apenas pelo acesso universal ao tratamento, já que por cada pessoa que inicia o tratamento há seis que são infectadas, defendendo a importância «vital da prevenção».

«O bom exemplo de Portugal»


Michel Sidibe destacou ainda a vulnerabilidade à doença dos migrantes, lembrando que em muitos países não têm acesso aos cuidados básicos de saúde.

«Quando estão muito tempo longe das famílias os migrantes tornam-se vulneráveis e é mais provável que tenham sexo ocasional. É extremamente importante que tenham acesso a serviços de prevenção e tratamento do HIV/sida, mas frequentemente encontram-se nas margens da sociedade, onde não acedem aos cuidados que precisam», sublinhou.

O responsável da ONUSIDA apontou nesta matéria «o bom exemplo de Portugal», por fornecer cuidados de saúde aos imigrantes infectados pelo HIV/sida.

Destacou ainda a importância do programa de troca de seringas português na prevenção da doença.

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