Especialistas dizem que o corpo recupera o peso perdido e culpam o stress
Quase todas as dietas têm o mesmo resultado e nenhuma é totalmente eficaz na luta contra a obesidade, um problema que poderá ter no stress uma das causas principais, segundo um estudo hoje divulgado.No estudo, publicado na Revista «Annals of Internal Medicine», o médico Michael Dasinger, do Centro Médico Tufts de Nova Inglaterra, Boston, afirma que qualquer dieta consegue que uma pessoa perca entre três a cinco quilos.
No entanto, na grande maioria dos casos, o corpo acaba por recuperar esse peso ao fim de cerca de cinco anos, adiantou.
A mesma situação acontece quando há recurso a medicamentos concebidos para a perda de peso, os quais também não têm efeitos permanentes.
Se a redução de peso se mantiver depois de cinco anos, mesmo que seja de poucos quilos, terá importantes benefícios para a saúde e para a prevenção da diabetes, afirmou.
O problema da obesidade é considerado uma epidemia nos Estados Unidos, país onde cerca de 60 por cento da população tem excesso de peso.
Um outro estudo publicado pela Revista «Nature Medicine» revela que um grupo de cientistas descobriu um mecanismo biológico da obesidade activado pela tensão psicológica.
Esta descoberta foi feita pela análise de ratos fêmeas de laboratório que revelaram um considerável aumento de peso, após terem sido submetidas a uma intensa pressão psicológica, ao mesmo tempo ingeriam uma dieta altamente calórica.
Estudos anteriores demonstraram que enquanto o stress pode fazer com que uma pessoa perca peso, pressões mais intensas como a insegurança no trabalho, por exemplo, podem levar a um aumento do peso.
Mary F. Dallma, professora de fisiologia da Universidade da Califórnia, escreveu num artigo que acompanha o estudo que as pressões a cada pessoa se vê submetida e a existência de alimentos de alto nível calórico podem ser a explicação para a obesidade existente no país.
A descoberta do stress como um dos factores da obesidade tem um aspecto positivo.
Investigadores do departamento de Fisiologia e Biofísica da Universidade de Georgetown, anunciaram que, ao bloquear-se os sinais desse mecanismo activado pelo stress, pode prevenir-se a acumulação de gordura em certas partes do corpo ou acrescentá-la noutros.
«Esta descoberta poderá ser revolucionária», afirmou Zogia Zukowska, bióloga da Universidade de Georgetown que dirigiu a investigação.
