A violência do Boko Haram, que dura há 15 anos, fez mais de 40 mil mortos e desalojou cerca de dois milhões no nordeste da Nigéria
Pelo menos 18 pessoas morreram e 50 ficaram feridas em vários ataques suicidas, incluindo durante um casamento, na cidade de Gwoza, no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, disseram as forças de segurança locais.
Os ataques de sábado não foram até agora reivindicados por qualquer grupo. Mas o método é semelhante a outros levados a cabo pelo movimento Boko Haram, muito ancorado nesta região da Nigéria que faz fronteira com os Camarões.
Um ataque suicida matou inicialmente seis pessoas num casamento, disse a polícia.
Um bombista suicida, carregando um bebé às costas, detonou explosivos entre os convidados que festejavam logo após terem comparecido a um casamento na cidade de Gwoza, disse à agência de notícias France-Presse o porta-voz da polícia Nahum Kenneth Daso.
“Por volta das 15:00, ocorreu a primeira explosão de uma bomba em Gwoza, desencadeada por uma bombista suicida no meio de um casamento”, disse o chefe dos serviços de emergência locais, Barkindo Saidu, que se encontrava em Gwoza durante os ataques.
“Até agora, 18 pessoas, incluindo crianças, homens, mulheres e mulheres grávidas, foram mortas nos ataques”, disse Saidu.
O responsável acrescentou que há 48 feridos graves e dois ligeiros, sendo que 19 vítimas “gravemente feridas” foram transportadas em quatro ambulâncias para a capital regional, Maiduguri, enquanto 23 aguardam transporte.
Enquanto as orações fúnebres pelas vítimas do atentado bombista no casamento continuavam, uma mulher "entrou a correr e detonou outro dispositivo que causou inúmeras vítimas", referiu Saidu.
Poucos minutos depois, ocorreu uma explosão “de outro dispositivo por uma adolescente” em redor do hospital geral da cidade de Gwoza, acrescentou o chefe dos serviços de emergência locais.
Um membro da milícia que ajuda o exército na cidade e que confirmou os múltiplos ataques suicidas disse que dois milicianos e um soldado também foram mortos num outro ataque suicida contra um posto de segurança, num relato que não foi ainda confirmado por uma fonte oficial.
O Boko Haram tomou Gwoza em 2014 e declarou-a capital do seu califado, depois de ter tomado parte do estado de Borno.
A cidade foi retomada pelo exército da Nigéria, com a ajuda de forças do Chade, em 2015, mas o grupo fundamentalista islâmico continua a lançar ataques a partir das montanhas com vista para a cidade, na fronteira com os Camarões.
A violência do Boko Haram, que dura há 15 anos, fez mais de 40 mil mortos e desalojou cerca de dois milhões no nordeste da Nigéria.
O conflito alastrou aos vizinhos Níger, Camarões e Chade, dando origem à criação de uma coligação militar regional para combater os islamistas, a Força Conjunta Multinacional, composta pelos exércitos dos quatro países.
Embora o Boko Haram tenha perdido terreno nos últimos anos, os combatentes do grupo continuam a atacar regularmente as comunidades rurais na Nigéria.