Seleção surpreendida por manifestação: «Não sabíamos que o Ronaldo vinha hoje»

29 mai 2014, 12:20

CGTP protesta contra um processo de despedimento coletivo de funcionários do hotel onde os jogadores de Paulo Bento estão instalados

A Seleção Nacional foi surpreendida na manhã desta quinta-feira na Praia D'El Rey, em Óbidos, por uma manifestação promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria da Região Centro, da CGTP, que protesta contra um processo de despedimento coletivo contra onze funcionários do hotel onde os jogadores de Paulo Bento estão instalados até ao próximo sábado. Uma situação que obrigou a um reforço policial no dia em que a seleção, que volta a concentrar-se, depois de um dia de folga, aguarda pela chegada de Fábio Coentrão, Pepe e Cristiano Ronaldo.

Em causa está um processo de despedimento coletivo promovido pelo Marriot contra onze funcionários da unidade hoteleira da Praia d'El Rey. «Já estivemos em várias negociações com esta empresa e, de um momento para o outro, a empresa, não só fechou esse processo de negociações, como avançou com um processo de despedimento. Um despedimento que visa retirar a intervenção sindical da unidade, uma vez que estão envolvidas as duas delegadas sindicais e a dirigente sindical da empresa neste processo. O mais caricato é que a empresa não diz qual é o critério e ainda diz que estes são os trabalhadores mais capazes para encontrar emprego fora desta unidade», explicou o delegado sindical António Baião ao Maisfutebol.

Um bom dia para os trabalhadores e o sindicato fazerem-se ouvir, tendo em conta a presença de muitos jornalistas junto ao hotel a aguardar pela chegada dos internacionais portugueses. «No momento em que a seleção está aqui a estagiar, em que o Paulo Bento escolhe os melhores para jogar na sua equipa, a administração faz o contrário, não quer os seus melhores jogadores nesta equipa. Quando marcámos este dia não sabíamos que o Cristiano Ronaldo vinha hoje. Por acaso fui surpreendido em casa quando ouvi o Fábio Coentrão no final da Liga dos Campeões a dizer que chegavam no dia 29, mas já tínhamos escolhido esse dia», destacou ainda o dirigente sindical.

Os funcionários visados estão ainda a trabalhar na unidade hoteleira, mas contam agora com o apoio de outros sindicatos da CGTP. São cerca de meia centena de trabalhadores sindicalizados que, com cartazes e palavras de ordem, vão protestando a cerca de duzentos metros do hotel, perante uma barreira de soldados da GNR. «O processo de despedimento incide diretamente sobre os dirigentes sindicais. Isto é inadmissível do nosso ponto de vista, é uma afronta aos direitos que os trabalhadores têm, desde logo o de fazerem parte de uma associação sindical. Nós, enquanto dirigentes e delegados sindicais, estamos solidários com os trabalhadores e estamos aqui para dizer à empresa que ponha termo a esse despedimento coletivo», contou ainda Manuel Pereira, do Sindicato da Administração Pública, solidário com os companheiros da hotelaria. «Também nos podia acontecer a nós, por isso estamos solidários com os trabalhadores. O emprego é um direito e faz falta a quem trabalha», destacou ainda.

O destacamento da GNR que garante a segurança junto ao hotel da seleção já tinha sido reforçado para cerca de trinta elementos esta quinta-feira, dia em que os três jogadores do Real Madrid que jogaram na final da Liga dos Campeões se vão apresentar, pela primeira vez, no estágio de preparação para o Campeonato do Mundo.

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