"Um comportamento estranho numa agulha" causou um susto a 500 pessoas (sobretudo a duas): esta é a história do descarrilamento do Metro de Lisboa

24 mai, 10:53

Aconteceu esta sexta-feira em Alvalade. O Metro descarrilou, passageiros tiveram de "ficar algum tempo no interior do comboio até serem retirados" - e reclamaram disso, foram "15 ou 20 minutos". Porque ficaram retidos tanto tempo? "É porque existem procedimentos de segurança que têm de ser efetuados". Está aberto um inquérito

7:31. Hora de ponta no Metropolitano de Lisboa e, no troço de Alvalade, "uma avaria de sinalização gerou um comportamento anormal numa agulha" o que, segundo a porta-voz da empresa, "fez com que o comboio, ao passar nesse troço, tivesse um comportamento anormal", que chegou a ser anunciado como descarrilamento.

"Um problema de circulação causou um comportamento estranho numa agulha, o que fez com que o comboio não seguisse o plano de direção que deveria seguir", diz Helena Taborda aos jornalistas no local. Perante o "comportamento anormal", o comboio "travou por segurança" e a circulação teve de ser interrompida na linha verde e na linha amarela. 

"Na linha verde [a circulação] interrompeu às 7:31, quando se deu o incidente, e na linha amarela interrompeu às 7:48. A circulação na linha amarela foi interrompida porque os passageiros tiveram de ser retirados do comboio para a estação Alvalade e teve de se cortar a energia - e o troço de energia é um troço comum. Por questões de segurança teve de se cortar a energia na linha amarela", explica a porta-voz, acrescentando que a linha verde vai ser reativada "por troços". 

O comboio acabou por ficar "parado no interior da estação" e agora "tem de ser encaminhado para o parque de material e oficinas e só depois da linha estar completamente desobstruída" é que se pôde "iniciar a circulação na linha verde". Helena Taborda adianta ainda que o processo de evacuação foi iniciado às 7:48, informação que foi confirmada pelo Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa - que, ao chegar ao local, se deparou com os passageiros já a sair da estação de metro.

"Fomos acionados cerca das 7:59. Tínhamos relato do descarrilamento de uma composição do metro. À nossa chegada, confirmou-se que uma das composições estava descarrilada, ainda que na posição normal. Apenas descarrilou do carril", afirmou José Marques, subchefe principal dos Sapadores de Lisboa no local.

Quando ao facto dos passageiros reclamarem do tempo que levou a que a serem retirados do comboio, Helena Taborda explica que "tem que ver com os procedimentos de segurança" que podem levar entre 15 a 30 minutos. "O facto das pessoas ficarem algum tempo no interior do comboio até serem retiradas é porque existem procedimentos de segurança que têm de ser efetuados, nomeadamente cortes de energia, e aferir se realmente a situação é realmente a situação para fazer a retirada dos passageiros. Portanto, todas essas situações têm de ser avaliadas e isto normalmente demora entre 15, 20, 30 minutos, e realmente foi o que aconteceu. Às 7:48 já estávamos a iniciar o processo de retirada", explicou.

O processo de evacuação envolveu a retirada de "cerca de 500 pessoas das composições", como explicou José Marques, sendo que duas tiveram de ser assistidas no local por "ansiedade". "Este processo todo envolveu cerca de 500 pessoas a serem retiradas das composições. Duas delas revelaram um estado de ansiedade tal que foram assistidas pelas equipas do Regimento Municipal. Não houve necessidade de encaminhamento hospitalar. A evacuação ocorreu de forma natural, calma e ordeira. Pessoas com alguma mobilidade por um lado, com menos mobilidade por outro, de forma a que o processo ocorresse com alguma rapidez, devido ao ambiente térmico que se vivia no túnel", explica o subchefe principal dos Sapadores de Lisboa no local.

Com os passageiros todos retirados do local, os meios dos Sapadores de Lisboa, da PSP e do INEM foram desmobilizados, cabendo agora ao Metropolitano de Lisboa apurar as causas do acidente. "Está a ser apurada e foi aberto um inquérito", acrescenta Helena Taborda.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).

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