Cheira bem? Cheira a azeitona em Lisboa (outra vez)

13 mar, 10:35

Voltou a sentir um cheiro estranho na capital? Sim, está de volta

Lisboa não cheira nem a Lua nem a rosmaninho, como na canção de Amália, cheira mesmo a azeitona. Outra vez.

Depois de no final de janeiro ter sido notícia que um cheiro acre a azeitona tinha invadido a capital, o forte odor voltou à região de Lisboa e Vale do Tejo, como confirma à CNN Portugal a investigadora Sofia Teixeira, do departamento de qualidade do ar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Este odor "incómodo" voltou a sentir-se porque "estamos com vento de sul/sudeste com uma intensidade fraca a moderada" e, por isso, "acabamos por percecionar mais este tipo de odores".

Mas, afinal, porque cheira a azeitona na região?

"Suspeitamos que seja uma condicionante do processamento das fábricas do bagaço da azeitona e que esta situação de perceção do odor acre azeitonas numa zona muito alargada, como Lisboa e Vale do Tejo, nesta área mais metropolitana, poderá ser mais frequente numa altura de maior laboração destas indústrias", afirma Sofia Teixeira, adiantando que suspeitam que a laboração "seja ali na zona de Ferreira do Alentejo e um bocadinho mais à volta".

Além disso, "temos uma situação da laboração destas fábricas de processamento aliada a estas condições de vento de sul sudeste, quando sabemos que o vento predominante nesta área é de norte noroeste".

"Estamos é a ter cada vez mais episódios de vento sul sudeste e que depois acaba por arrastar ou promover uma dispersão das massas de ar do Sul para norte e por isso estamos a ter esta situação de odor acre azeitonas", acrescenta a investigadora.

Apesar de "incómodo", o odor não tem "impacto direto na saúde", garante. "Infelizmente o odor é incómodo e pode provocar alguma incomodidade quando as pessoas querem abrir a janela. "Mas, além da incomodidade e além de nos poder constranger de estar no exterior ou de ter uma janela aberta, o odor não vai ter um impacto direto na nossa saúde. Aí não temos de estar com preocupações."

E, segundo Sofia Teixeira, "a partir da tarde, lá para as 16:00, o vento vai mudar a sua origem para sudoeste e aí, provavelmente, já não vamos detetar este cheiro acre a azeitonas".

Pode ser que, por essa hora, se volte a sentir o cheiro a rosmaninho de que falava Amália Rodrigues.

País

Mais País

Patrocinados