"Enquanto eles não voltarem, eu não consigo recuperar": luso-israelita que esteve refém do Hamas apela à libertação dos que "deixou" para trás

CNN Portugal , BCE
10 dez 2023, 08:32
Adina Moshe (D.R.)

Adina Moshe esteve em cativeiro em Gaza durante cerca de um mês e meio. Foi libertada pelo Hamas há mais de duas semanas, mas diz que só consegue pensar em quem ficou para trás. A luso-israelita implora ao governo de Netanyahu para que "faça tudo o que for possível" para trazer os seus "bons amigos" de volta. "Ainda são bastantes", lamenta

"O meu nome é Adina Moshe e estou de volta depois de ter sido feita refém pelo Hamas." É assim que a luso-israelita de 72 anos se apresenta ao mundo, depois de ter sido libertada pelo Hamas há mais de duas semanas, no âmbito do acordo firmado entre com Israel para a libertação, nos próximos quatro dias, de 50 reféns em troca de 150 prisioneiros palestinianos.

Adina Moshe está de volta a Israel, mas não esquece quem ficou para trás. "Deixei os meus bons amigos do kibutz Nir-Oz, que continuam lá. Ainda são bastantes. São todos muito idosos, com graves problemas de saúde e sem medicação adequada", lamenta.

A luso-israelita, que obteve cidadania portuguesa no final de outubro, conta que os reféns estavam a ser alimentados pelo Hamas, mas que o abastecimento de comida estava a diminuir dia após dia. "Acabámos por comer só arroz", recorda.

Recordando todos os seus "amigos" que ainda estão nas mãos do Hamas, Adina Moshe faz um apelo emotivo: "Eu imploro e peço, do fundo do meu coração: por favor, façam tudo o que for possível para os libertar, para que eu possa recuperar também. Porque enquanto eles não voltarem, o meu coração está lá e eu não consigo recuperar."

A luso-israelita faz ainda um apelo dirigido ao exército israelita: "Por favor, garantam que libertam todos [os reféns] primeiro. Tragam-nos de volta a casa e só depois avancem com medidas militares."

Durante as tréguas com Israel, o Hamas libertou 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinianos que estavam nas prisões israelitas. Ainda há 138 reféns dentro da Faixa de Gaza, embora tenha sido confirmado que 15 destes estão mortos.

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