Mais 16 reféns libertados pelo Hamas (dois como "apreciação" a Putin). Esperam-se 30 prisioneiros do lado israelita

Sérgio Furtado | Agência Lusa , SM
29 nov 2023, 21:28
Reféns russas libertadas pelo Hamas

Já foram libertados 16 reféns do Hamas esta quarta-feira, entre os quais duas cidadãs russas que já foram recebidas pelo governo de Netanyahu. Quatro tailandeses e 10 israelitas vão agora a caminho de Israel. Na Cisjordânia, a Cruz Vermelha prepara-se para transportar os primeiros 15, dos 30 prisioneiros previstos

Passava pouco das 7:00 de Portugal Continental quando a CNN Portugal avançou que Israel já tinha a lista de reféns a serem libertados esta quarta-feira - por enquanto o sexto e último dia de trégua do conflito com o Hamas. 

Além dos 10 israelitas, também foi anunciada a libertação de duas cidadãs russas, fora do acordo negociado com mediação do Catar, EUA e Egito, como um “gesto de apreciação” a Vladimir Putin e à posição que o presidente russo adotou desde 7 de outubro.

Yelena Trupanova, 50 anos, e Irena Tati, 73, cuja dupla nacionalidade ainda não foi confirmada, foram entregues à Cruz Vermelha perto das 16:00. Duas horas depois, a CNN obteve a informação de que mais cinco mulheres e cinco crianças também tinham sido recebidas pela mesma instituição e dirigem-se, neste momento, a Rafah, no Sul da Faixa de Gaza. 

O Governo de Netanyahu já confirmou a chegada de Trupanova e Tati, reiterando que está empenhado no regresso de todos os reféns e desaparecidos, e no apoio às suas famílias. 

Na rede social X (antigo Twitter), o porta-voz da IDF, Daniel Hagari, comunicou, entretanto, a libertação de mais quatro reféns tailandeses, que vão a caminho de Israel, para além dos 10 cidadãos israelitas. 

Na Prisão de Ofer, na Cisjordânia, também já se encontram carrinhas da Cruz Vermelha, prevendo a recolha de 15 prisioneiros palestinianos, entre eles jovens abaixo dos 18 anos, acusados de crimes como atirar cocktails molotov e pedras às autoridades e tentativa de esfaqueamento de militares. Segundo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar, Majed Al Ansar, Israel deverá libertar mais 30 prisioneiros no total: 10 menores e 14 mulheres.

Uma fonte política de Israel adiantou, entretanto, que procura estender novamente o período de cessar-fogo, mas tudo dependerá “do comportamento do Hamas”. Por outro lado, rejeita uma pausa permanente nos ataques, argumentando que servirá apenas para sustentar o “reinado de terror do Hamas”, nas palavras do seu embaixador nas Nações Unidas (ONU), Gilad Erdan.

Numa nova sessão do Conselho de Segurança dedicada à guerra de Gaza, e na presença de vários ministros dos Negócios Estrangeiros árabes, além do chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi - todos eles a favor de um cessar-fogo permanente -, Erdan argumentou que “pedir um cessar-fogo e a paz é um paradoxo”.

O exército israelita fez ainda uma publicação na rede social X onde anunciava que os planos para continuar a guerra em Gaza após o final da trégua com o Hamas tinham sido aprovados,mas a publicação foi rapidadamente apagada.

Já do lado do grupo terrorista, uma fonte afirmou à agência France-Press que este também estava pronto para um alargamento da trégua, por quatro dias, "sob o atual acordo e nas mesmas condições", mas nenhum entendimento foi ainda confirmado.

"O Hamas informou os mediadores que está disposto a prolongar a trégua por quatro dias e que o movimento poderá libertar os prisioneiros israelitas que ele, outros movimentos de resistência e outras partes detêm durante este período, de acordo com os termos da trégua existente", disse.

Recorde-se que esta quarta-feira foram libertados 16 reféns dos combatentes islâmicos - duas cidadãs russas, 10 israelitas e quatro tailandeses.

A guerra começou em 7 de outubro, quando o grupo islâmico, considerado terrorista pela União Europeia e EUA, atacou de surpresa Israel, matando mais de 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas, fazendo também mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou guerra ao Hamas e passou a bombardear diariamente a Faixa de Gaza, onde desencadeou entretanto uma invasão terrestre, além de bloquear a entrada de bens essenciais como água, combustível e medicamentos.

Até ao início da trégua, os ataques do exército israelita na Faixa de Gaza tinham matado mais de 14 mil pessoas, segundo o Hamas.

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