Helicóptero onde seguia o presidente do Irão despenhou-se. Equipas de resgate tentam chegar ao local

CNN Portugal , MM, DCT, com Lusa. Atualizado às 22:33
19 mai, 19:22

Por dois momentos, o Crescente Vermelho do Irão desmente a televisão estatal sobre avanços nas buscas. Até ao momento, não foram feitos contactos com os tripulantes e não foi ainda possível localizar o helicóptero

O helicóptero onde seguia o presidente do Irão, Ebrahim Raisi, e o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Amir-Abdollahian, despenhou-se este domingo à tarde perto de Jolfa, uma cidade na fronteira com o Azerbaijão, cerca de 600 quilómetros a noroeste da capital iraniana, Teerão. Ambos estão, para já, desaparecidos.

Cerca de 40 equipas de resgate já se encontram nas proximidades do local. Ao contráriod do que as últimas notícias da imprensa iraniana avançaram, não foi ainda possível localizar o helicóptero. Segundo o New York Times, o Crescente Vermelho do Irão adianta que não foi possível obter qualquer sinal da aeronave e ou de qualquer telemóvel de um dos tripulantes, contrariando o que tinha sido dito durante a noite pelo comandante do Exército no Azerbaijão Oriental, general Asghar Abbasqolizadeh. 

Imagem do helicóptero onde seguia o presidente iraniano Ebrahim Raisi e o ministro dos Negócios Estrangeiros Amir-Abdollahian no momento em que saía do Azerbaijão (Associated Press)

O chefe do estado-maior do exército iraniano ordenou que o todos os recursos do exército fossem acionados, mas as condições climatéricas levaram ao cancelamento das buscas áreas poucas horas depois de se ter dado o acidente, mantendo-se os sistemas de procura por terra.

Segundo a CNN Internacional, já depois de o helicóptero se ter despenhado, foi possível estabelecer, por várias ocasiões, o contacto com alguns dos passageiros que viajavam com o presidente do Irão, mas ainda não se sabe detalhes sobre a gravidade do acidente e o estado de quem se encontrava na aeronave.

A televisão iraniana tem mostrado os fiéis a rezar pela saúde do presidente na cidade sagrada de Mashhad e são vários os chefes de Estado que se têm mostrado disponíveis para enviar ajuda, como o Catar, Iraque, Turquia e Rússia - que já enviou dois aviões para o local. A Comissão Europeia também já ativou um satélite para ajudar na localização exata do helicóptero.

Raisi tinha estado no Azerbaijão no início de domingo para inaugurar uma barragem com o homólogo azeri, Ilham Aliyev, naquela que é a terceira barragem construída pelos dois países no rio Aras.

Iranianos a rezar por Ebrahim Raisi (Associated Press)

O Irão possui uma variedade de helicópteros no país, mas as sanções internacionais dificultam a obtenção de peças para os mesmos. A sua frota aérea militar também remonta, em grande parte, ao período anterior à Revolução Islâmica de 1979.

Raisi, de 63 anos, é um homem de linha dura que anteriormente dirigiu o poder judicial do país e é caracterizado como um protegido e possível sucessor do líder supremo do Irão, o aiatola Ali Khamenei. Raisi venceu as eleições presidenciais iranianas de 2021, uma votação que registou a taxa de participação mais baixa da história da República Islâmica.

O responsável é alvo de sanções dos EUA dado o seu envolvimento na execução em massa de milhares de prisioneiros políticos em 1988, no final da guerra Irão-Iraque.

Sob o comando de Raisi, o Irão tem enriquecido urânio a níveis próximos do grau de armamento e dificulta as inspeções internacionais. O país forneceu armamento à Rússia na sua guerra contra a Ucrânia e lançou um ataque maciço com drones e mísseis contra Israel no âmbito da investida militar contra os islamitas palestinianos do Hamas na Faixa de Gaza. O Irão também tem apoiado os rebeldes Huthis do Iémen e o Hezbollah do Líbano.

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