Os mísseis hipersónicos russos Kinzhal não estão a ter grande sucesso na Ucrânia – e a China não vê isso com bons olhos

17 jan, 15:24
MiG-31K da Força Aérea Russa equipado com um míssil Kinzhal (AP)

Quase dois anos após o início do conflito, o “imparável” Kinzhal, como definiu o governo russo, parece não estar a obter os resultados desejados

Apresentados em 2017 com uma das seis “superarmas” estratégicas da Rússia, os mísseis hipersónicos Kinzhal têm sido amplamente utilizados por Moscovo na sua guerra contra a Ucrânia.

Em março de 2022, com o conflito ainda nos seus primeiros dias, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou que a Rússia estava a utilizar esta arma, classificando-a de “quase impossível de parar”.

Quase dois anos volvidos, o “imparável” Kinzhal, como definiu o governo russo, parece não estar a obter os resultados desejados. Em dezembro de 2023, um relatório do Ministério da Defesa do Reino Unido apontou que estes mísseis hipersónicos não têm tido o sucesso prometido pelo Kremlin.

"Muitos dos lançamentos provavelmente não atingiram os alvos pretendidos”, pode ler-se no relatório, que também diz que alguns dos Kinzhal foram abatidos pelos sistemas antiaéreos Patriot, de fabrico norte-americano.

Segundo a Business Insider, a performance insatisfatória deste armamento não está a ser vista com bons olhos pelos analistas chineses, que olham para a guerra na Ucrânia como um campo de testes do armamento ocidental.

Numa análise considerada "surpreendente" pela publicação, Yin Jie, especialista militar da revista Ordnance Industry Science and Technology, escreveu em novembro uma crítica aos Kinzhal, considerando que têm “poucas probabilidades de ter sucesso no campo de batalha”.

Citado pela Business Insider, Yin descreveu o Kinzhal como um "projeto a curto prazo e apressado” que foi lançado "à força" devido à pressão ocidental.

A preocupação chinesa com a falta de eficácia dos Kinzhal tem um fundamento, segundo a revista, uma vez que Pequim esperaria recolher mais dados positivos sobre a eficácia deste armamento contra o equipamento defensivo do Ocidente, para poder aplicar no desenvolvimento da sua própria linha de mísseis hipersónicos, a família Dongfeng.

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