"São entre 10 a 50 mortos": AFP cita serviço de informação europeu a negar existência de centenas de mortos no ataque ao hospital em Gaza

Agência Lusa , NM
18 out 2023, 21:09

Hamas anunciou que o incidente teria provocado mais de 500 mortos palestinianos

A explosão num hospital de Gaza, cuja responsabilidade resultou numa troca de acusações entre israelitas e movimentos armados palestinianos, causou “algumas dezenas de mortos” e não centenas, adiantou esta quarta-feira à agência France-Presse fonte de um serviço de informação europeu.

“Não há 200 nem mesmo 500 mortos, mas sim algumas dezenas, provavelmente entre 10 e 50”, referiu esta fonte que falou à AFP sob condição de anonimato.

O mesmo responsável de um serviço de informação europeu também acredita que “Israel provavelmente não fez isso [o ataque]”, segundo as “pistas sérias” de informção disponíveis nesta agência.

Já esta quarta-feira, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita Hamas, referiu que a explosão causou pelo menos 471 mortos.

Israel atribuiu a explosão a um ataque fracassado de foguetes da organização palestiniana Jihad Islâmica, que negou a responsabilidade.

“O edifício não foi destruído”, acrescentou esta fonte europeia.

E “o hospital provavelmente já tinha sido evacuado anteriormente, como todo um conjunto de hospitais localizados no norte de Gaza”, depois da imposição nesse sentido feita dias antes pelo Exército israelita.

A mesma fonte realçou ainda que “não há provas que apoiem” a presença de centenas de pessoas no estacionamento do hospital onde ocorreu o bombardeamento.

Os Estados Unidos invocaram esta quarta-feira os seus próprios serviços de informação para apoiar, inclusive através do seu Presidente Joe Biden, em visita a Israel, que o Estado judeu não é o culpado.

“Continuamos a recolher informações, mas a nossa posição desta quarta-feira, baseada na análise de imagens aéreas, comunicações intercetadas e informações de acesso aberto, é que Israel não é responsável pela explosão que ocorreu no hospital de Gaza”, destacou Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, através da rede social X (antigo Twitter).

Também o Exército israelita insistiu esta quarta-feira que o edifício do hospital não ficou sequer destruído e que terá havido apenas uma pequena explosão no parque de estacionamento adjacente causada por um foguete da Jihad Islâmica, eventualmente por um erro.

A explosão no hospital ocorreu no momento em que Israel tem bombardeado incansavelmente Gaza, desde o sangrento ataque surpresa de 07 de outubro do Hamas, que matou 1.400 pessoas em Israel, a maioria delas civis.

A resposta israelita causou pelo menos 3.478 mortos no superpovoado território palestiniano, a maioria civis, segundo as autoridades locais.

Relacionados

Médio Oriente

Mais Médio Oriente

Mais Lidas

Patrocinados