Reuters avança com detalhes sobre o acordo Israel/Hamas. Há pelo menos um ministro israelita contra o que está a ser negociado

21 nov 2023, 12:32
Parede com imagens de reféns levados pelo Hamas (Petros Giannakouris/AP)

Vêm aí "tréguas"

O acordo entre Israel e o Hamas está a chegar à fase final, garante à Reuters uma fonte próxima da mesa de negociações. O acordo contempla uma pausa humanitária de vários dias, a libertação de cerca de 50 civis mantidos em cativeiro pelo Hamas e libertação de prisioneiros palestinianos em território israelita. Todo o processo negocial está a ter como mediador o Catar.

Ainda durante a madrugada desta terça-feira, o líder do movimento islamita palestiniano, Ismail Haniyeh, já tinha anunciado que "conclusão de um acordo de tréguas" na Faixa de Gaza "estava mais próxima".

"O movimento [Hamas] deu a sua resposta aos irmãos do Catar e aos mediadores. Estamos a aproximar-nos da conclusão de um acordo de tréguas", disse Haniyeh, citado numa breve mensagem publicada no Telegram na conta do movimento palestiniano.

Em declarações à Al Jazeera, também o oficial do Hamas Izzat el Reshiq acrescentou que era "expectável que o acordo inclua uma libertação de mulheres e crianças israelitas em troca pela libertação de mulheres e crianças palestinianas das ‘prisões da ocupação’”.

Na segunda-feira, os Estados Unidos também deram sinais de que o acordo entre Israel e o Hamas está quase pronto. Joe Biden disse acreditar que o entendimento sobre a libertação de reféns está próximo, como noticiou a Reuters. Posteriormente, uma mensagem similar foi também replicada pelo porta-voz da Casa Branca, John Kirby. 

Mas há vozes que já de manifestaram contra este eventual acordo. Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel, emitiu um comunicado em que se expressa publicamente contra o que está a ser negociado entre Israel e o Hamas.

“Estou muito preocupado porque há conversas de algum tipo de acordo e temos ficado fora [dos detalhes]. Não nos estão a dizer a verdade”, disse Itamar Ben-Gvir, citado pelo Times of Israel. “Os rumores são de que Israel está mais uma vez a preparar-se para fazer um grande erro, como no acordo [de 2011] com Shalit.” Trata-se do soldado israelita Gilad Shalit, trocado por cerca de mil prisioneiros palestinianos.

Ben-Gvir diz ainda que está preocupado que “o acordo possa trazer desastre”, falando quer da libertação de prisioneiros palestinianos, quer da entrada de combustível na Faixa de Gaza que possa acabar nas mãos do Hamas.

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