Netanyahu diz que este é "o ponto alto da batalha"
As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram ao fim da noite desta quinta-feira que cercaram completamente a cidade de Gaza, a principal localidade da Faixa de Gaza.
Numa conferência de imprensa de atualização da guerra contra o Hamas, o porta-voz do exército israelita referiu que o grupo pró-palestiniano respondeu com ataques rápidos, nomeadamente a partir dos vários túneis que construiu no território.
“As tropas [de Israel] completaram o cerco à cidade de Gaza, que é o ponto fulcral da organização terrorista Hamas”, disse Daniel Hagari.
Um momento que o primeiro-ministro de Israel descreveu como “o ponto alto da batalha”. Benjamin Netanyahu destacou os “sucessos impressionantes” das IDF, confirmando que as tropas estão a “avançar” no território.
Apesar de tudo isto, a situação no terreno é, segundo o próprio exército, difícil. O brigadeiro-general Iddo Mizrahi, líder da brigada de engenheiros do exército, referiu que as tropas estão a encontrar minas e várias armadilhas pelo caminho. “O Hamas aprendeu e preparou-se bem”, referiu o responsável.
Esta é também uma guerra informação, com o Hamas a dizer que o número de mortes do lado israelita é bem superior ao anunciado. “Os vossos soldados vão regressar em sacos pretos”, avisou o porta-voz das brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas. Refira-se que Israel diz que morreram 18 soldados desde que anunciou a extensão das operações na Faixa de Gaza.
ONU teme genocídio
Em paralelo aos avanços militares de Israel, a Organização das Nações Unidas (ONU) continua a avisar para a situação precária a nível humanitário.
Num comunicado publicado esta quinta-feira, e já depois de três ataques confirmados por Israel a um campo de refugiados em Jabalia, os especialistas em Direitos Humanos da ONU admitiram que existe um “grave risco de genocídio” no território.
Attacks on #Jabalia refugee camp a brazen breach of international law, say UN experts. "Time is running out for #Gaza," they say, denouncing #Israel’s refusal to halt plans to decimate the Gaza strip: “The Palestinian people are at grave risk of genocide.” https://t.co/agzLHhDst9 pic.twitter.com/I1DrxlkJ37
— UN Special Procedures (@UN_SPExperts) November 2, 2023
“O tempo para prevenir um genocídio e uma catástrofe em Gaza está a acabar”, pode ler-se no comunicado, que expressa “profunda frustração perante a recusa de Israel em pausar os planos para dizimar a cercada Faixa de Gaza”.
Assinaram o comunicado os analistas da ONU para os Territórios Ocupados Palestinianos (Francesca Albanesea), Liberdade de Expressão (Irene Khan), Contra o Racismo (Ashwini K.P.), sobre o Direito à Alimentação (Michael Fahri), à Água (Pedro Arrojo), à Saúde Mental (Tlaleng Mofokeng) e para as Pessoas Deslocadas Internamente (Paula Gaviria).
“A água está a ser utilizada como arma de guerra”, disse também Juliette Touma, porta-voz da UNRWA, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos.