Farense-Belenenses, 3-1 (crónica)

17 nov 2000, 23:28

No aproveitar está o ganho Eficiência e um pouquinho mais de futebol deram três pontos aos algarvios num jogo de fraca qualidade. O terceiro golo do Farense, no qual ficam dúvidas em relação à posição de Hassan, resolveu de vez a história.

O Farense bateu o Belenenses por 3-1 no jogo de abertura da 12ª jornada da I Liga, disputado na noite de hoje (sexta-feira) no Estádio de São Luís. Os algarvios levam três pontos porque na mediocridade que foi o encontro jogaram um pouquinho melhor. 

Num início de jogo «pastoso», com futebol atabalhoado e demasiado preso ao centro do terreno, o Belenenses foi a primeira equipa a dar sinais de orientação. 

Falso indício este, contudo. Depois de se ter dobrado o primeiro quarto-de-hora de tentativas de futebol com apenas dois remates de perigo muito relativo efectuados - um para cada baliza -, os donos da casa encontraram o caminho da fortuna. 

Um livre na esquerda, a castigar falta sobre Carlos Fernandes e cobrado pelo próprio, abriu as portas da vitória ao Farense, já que Carlos Costa soube ver onde a bola ia cair e serviu Hassan para este brilhar num remate em jeito de «tesoura» e inaugurar o marcador. 

Vítor Manuel e Rodri tornaram-se muito mais eficientes que Fábio, Tuck e Lito na luta do meio-campo e os algarvios conseguiram assim o controlo do jogo, enquanto o Belenenses se perdia nos rodriguinhos de João Paulo Brito e no insucesso das tentativas de ataque de Guga. 

O jogo continuou morno, por vezes quase frio. Um estado do qual aliás nunca chegaria a sair. Um remate-bomba de Rodri aos 23 minutos sacudiu a modorra (boa defesa de Marco Aurélio para a barra) e cinco minutos depois Carlos Costa voltou a servir um companheiro, desta feita Djurdjevic, para novo golo farense. 

Com dois tentos de desvantagem, Marinho Peres mandou para a segunda parte dois jogadores frescos - Beto e Cafú - nos lugares de João Paulo Brito (claro!) e Lito. As feições tristonhas do jogo «azul», contudo, não se alteraram. 

O Farense prosseguiu no comando das operações, mas devagar de mais para resolver de vez as coisas. Perto dos 20 minutos da segunda parte Pedro Henriques subiu pela esquerda, aproveitando uma perda de bola do infeliz Zegarra, cruzou para Marcão, este ganhou muito bem a posição dentro da área e deu para o meio, onde depois de alguma confusão Guga empurrou para as redes. 

Off-side? 

Sem ter feito muito por isso, o Belenenses ficou naquela posição moralizada das equipas que reduzem uma desvantagem para o mínimo com algum tempo de jogo pela frente. Isto notou-se nos minutos seguintes. A miragem do empate e a entrada de Neca empurraram os homens do Restelo para o meio-campo algarvio e os adeptos azuis acreditavam, lá na fria bancada, que o segundo golo surgiria. 

A arte e o engenho continuaram a ser escassos, mas ainda assim Raul Iglésias, o guardião espanhol do Farense, foi chamado a um par de intervenções importantes. 

Estava o encontro todo virado para um lado quando Toni, lateral algarvio, lançou Hassan pela meia-direita. O marroquino parecia em posição de fora-de-jogo, mas nunca parou. O árbitro auxiliar, bem em cima da jogada, achou que Hassan partira de posição legal e este fez um belo chapéu a Marco Aurélio, acabando com a história. 

Contas feitas, a vitória dos donos da casa sabe a justa, sobretudo porque houve muito mais clarividência da parte deles do que nas mentes dos homens de Marinho Peres. A margem mínima seria por ventura mais adequada, mas isto de saber aproveitar oportunidades é um grande mérito e faz quase sempre a diferença... 

Se Hassan não estava em fora-de-jogo no lance do terceiro golo, o trabalho da equipa de arbitragem sai por cima. Caso contrário, poderão sempre os do Restelo alegar que deixaram de poder sonhar com pontos quando sofreram o 1-3.

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