As análises dos jornais ao Barcelona-Real Madrid Notas baixíssimas para Figo espelham a má exibição do português no regresso ao Camp Nou. A ideia geral é que não terá suportado a pressão do público, além de ter sido exemplarmente anulado por Puyol. Em relação a Simão chovem elogios, ou não tivesse ele marcado o segundo golo do Barça e travado as habituais incursões de Roberto Carlos pela esquerda madridista.
Depois do Barcelona-Real de ontem (sábado), Figo saiu de Camp Nou claramente por baixo e Simão Sabrosa em feliz maré alta. As exibições e os estados de espírito dos dois portugueses foram, afinal, linearmente correspondentes ao resultado da partida, que terminou com a vitória do Barça por 2-0.
Os quatro jornais desportivos mais importantes de Espanha - Mundo Deportivo e Sport (de Barcelona), Marca e Ás (de Madrid) - espelharam isso mesmo nas análises individuais que trouxeram à estampa hoje (domingo).
Caso a caso, ficam as principais linhas das críticas dos periódicos:
Marca - Considerando, na primeira página, que Figo foi «massacrado», insiste no interior que o jogador «viveu um pesadelo». O português do Real é presenteado com uma nota zero, justificada com o facto de «ter sido completamente anulado por Puyol e ter ficado bloqueado pelos assobios e o ambiente hostil de Camp Nou». Simão, com direito a nota 2 (3 é a máxima e «tocou» apenas a Xavi, Cocu e Sergi), é elogiado: «Custou-lhe passar por Roberto Carlos, mas trabalhou muito e sentenciou o jogo com a marcação do segundo golo. Fez cruzamentos perigosos e fixou Roberto Carlos na defesa.»
Ás - O outro jornal de Madrid diz que Figo se escondeu. «Toda a semana a falar-se dele fez com que Figo não tenha comparecido. Em seu lugar enviou um duplo, algum parente muito próximo, muito parecido de estatura e rosto, mas que nada tem a ver com o futebolista», sentencia o cronista. O português do Real leva nova nota zero, numa contagem que vai até três. Simão também repete o 2. «O lado direito não ficou órfão com a saída de Figo», resume o Ás.
Mundo Deportivo - Este periódico classifica os jogadores de 1 a 4. Figo fica com apenas uma estrelinha, está bom de ver: «Não aguentou a pressão, apesar de ter dado a cara à situação. Asfixiado pela marcação de Puyol. Muito pouco para um craque de 12 milhões de contos.» Para Simão, a nota máxima, aliás extensível a toda a equipa da casa. O adjectivo escolhido como mote para a análise ao trabalho do português do Barcelona é «trabalhador». «Um constante perigo para o Real Madrid» é o principal elogio, ladeado, claro, pelo sublinhar da obtenção do 2-0. Já lhe chamam «o substituto», pensando naturalmente em Figo.
Sport - Classifica de 1 a 10 e, tal como o Mundo Deportivo, escolhe um adjectivo para resumir a actuação de cada jogador. Luís Figo é considerado «vencido» e não vai além da nota 3 (tão mau só Raúl), repetindo-se a ideia de não ter suportado a pressão vinda das bancadas. Simão tem 8 e é chamado de «grande». «Brilhou no ataque e na defesa, onde tapou o caminho a Roberto Carlos. Atirou uma bola ao poste e resolveu de vez o jogo», acrescenta o Sport.
