A saída de Elisabeth Borne surge depois de um ano marcado por crises políticas desencadeadas pelas reformas do sistema de pensões e leis de imigração, que foram fortemente contestadas pelos franceses
A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, apresentou esta segunda-feira a demissão ao presidente francês, Emmanuel Macron, que a aceitou.
Os dois reuniram-se esta segunda-feira, no Palácio de Eliseu, num encontro que durou cerca de uma hora e no qual a primeira-ministra lhe comunicou a sua decisão.
Emmanuel Macron fez há instantes uma publicação na rede social X na qual se dirige à primeira-ministra demissionária como "querida Élisabeth Borne" e agradece o seu trabalho "exemplar" ao serviço da Nação.
"Executaste o nosso projeto com coragem, compromisso e determinação de mulheres dos Estados. Com todo o meu coração, obrigado", escreve Macron, sem adiantar o nome do sucessor ou sucessora de Élisabeth Borne.
Madame la Première ministre, chère @Elisabeth_Borne, votre travail au service de notre Nation a été chaque jour exemplaire. Vous avez mis en œuvre notre projet avec le courage, l’engagement et la détermination des femmes d’État. De tout cœur, merci. pic.twitter.com/G26ifKfKzj
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) January 8, 2024
A saída de Élisabeth Borne - que foi a segunda mulher a assumir a chefia de um governo francês - surge depois de um ano marcado por crises políticas desencadeadas por reformas do sistema de pensões (que aumentou a idade de aposentação de 62 para 64 anos) e a polémica lei da imigração, aprovada em dezembro passado, que prevê medidas mais rigorosas e que reduz os pagamentos da assistência social para os estrangeiros no país.
Entre os nomes mencionados como potenciais candidatos para suceder a Élisabeth Borne, têm vindo a ganhar destaque o ministro da Educação, Gabriel Attal, e o ministro da Defesa, Sebastian Lecornu. Também o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, e o ex-ministro da Agricultura Julien Denormandie têm vindo a ser apontados como possíveis sucessores.
Élisabeth Borne já tinha apresentado a demissão em junho de 2022, na sequência das eleições legislativas, mas Emmanuel Macron não aceitou o pedido.