Elisabeth Borne acaba de fazer história

16 mai 2022, 17:50
Élisabeth Borne (François Mori/AP)

É a nova primeira-ministra de França

O presidente de França indicou o nome de Elisabeth Borne para o cargo de primeira-ministra. A antiga ministra do Trabalho torna-se assim a segunda mulher a assumir o cargo, a primeira em 30 anos, sucedendo a Jean Castex, que esta segunda-feira apresentou a demissão.

"O presidente da República apontou a senhora Élisabeth Borne como primeira-ministra e instruiu-a a formar um governo", pode ler-se na página do Eliseu.

É a primeira vez em 30 anos que uma mulher assume o cargo, depois de Édith Cresson, escolhida por François Mitterrand, ter chefiado o governo entre 1991 e 1992.

"Estava na altura de haver outra mulher [na posição] e eu sei que a senhora Borne é uma pessoa notável com muita experiência... Penso que foi uma grande escolha", afirmou Edith Cresson, a única outra mulher a ocupar o Hotel Matignon (residência oficial do primeiro-ministro francês), em declarações à BMFTV.

Depois de vários anos como membro do Partido Socialista francês, Elisabeth Borne juntou-se a Emmanuel Macron a partir de 2017, tendo entrado para o governo no mesmo ano, com a pasta dos Transportes. Durou dois anos no cargo antes de se assumir como ministra da Transição Ecológica e Inclusiva. Estava desde julho de 2020 no Ministério do Trabalho, Emprego e Integração.

Foi já durante a sua tutela que o desemprego caiu para os valores mais baixos em 15 anos, além de o desemprego jovem ter atingido mínimos de 40 anos.

Extremos unem-se nas críticas

O objetivo de Emmanuel Macron passa por refrescar um governo ameaçado pelo crescimento dos extremos. É que as votações de Marine Le Pen e de Jean-Luc Mélenchon nas presidenciais mostraram que grande parte dos franceses vive descontente.

De resto, o candidato esquerdista foi dos primeiros a reagir à possibilidade, afirmando que "a senhora Borne é contra o aumento do salário mínimo e a reforma aos 65 anos".

"Aqui vamos nós para mais uma época de maus-tratos sociais", acrescentou Mélenchon.

Já depois de ter dito que Elisabeth Borne será a sua antecessora (o que deixa mais uma vez vincado o desejo de Mélenchon se tornar primeiro-ministro), o candidato que quer reunir as esquerdas nas próximas legislativas convidou a empossada para um debate.

Curiosamente, do outro extremo saiu uma reação parecida. A candidata presidencial derrotada por Emmanuel Macron na segunda volta, Marine Le Pen, afirmou que a indicação de Elisabeth Borne vai trazer "destruição social.

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