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Euro 2024: Alemanha-Dinamarca, 2-0 (crónica)

29 jun, 22:31

Conto de Andersen com final feliz para os donos da casa

A Alemanha venceu a Dinamarca num jogo com muitas histórias para contar e, desta forma, acompanha a Suíça para os quartos de final, ficando, agora, à espera do resultado do embate entre a Espanha e a sensacional Geórgia. Esta noite, no Signal Iduna Park, aconteceu de tudo um pouco: chuva, trovoada, três golos anulados e um penálti detetado pelo VAR. A Dinamarca até ofereceu boa réplica, mas são os anfitriões deste torneio que seguem em frente. Christian Andersen, que tem o mesmo nome do autor dos fabulosos contos de fadas, não vai esquecer tão cedo este jogo.

Confira o FILME DO JOGO

Foi, aliás, a equipa da casa que entrou melhor no jogo, com uma elevada posse de bola e a procurar profundidade pelos corredores, com Kimmich e David Raum, uma das surpresas no onze Nagelsmann, muito em jogo nos minutos iniciais. A Dinamarca foi obrigada a recuar em toda a linha diante de uma Mannshaft que, depois do empate com a Suíça, procurava adiantar-se cedo no marcador.

Um período em que os alemães usufruíram de quatro cantos, praticamente consecutivos, e, num deles, Schlotterbeck chegou mesmo a festejar um golo que acabaria por ser anulado por falta ofensiva de Gundogan sobre Schmeichel. Logo a seguir, bola longa de Rudiger a destacar Havertz que, com um remate de primeira, obrigou o guarda-redes dinamarquês a aplicar-se.

O ascendente da Alemanha era evidente, com treze ataques contra apenas um, mas, aos poucos, a Dinamarca conseguiu equilibrar a contenda, começando por fechar os corredores, obrigando a Alemanha a canalizar o jogo pelo corredor central, onde os homens de Hjulamand estavam mais à vontade. A Dinamarca começava, nesta altura, a entrar no jogo, com destaque para uma receção espetacular de Eriksen na área de Neuer, mas também foi nesta altura em que o árbitro inglês, Michael Oliver, olhou para o céu e decidiu interromper o jogo.

A chuva tinha começado a cair com mais intensidade, ao mesmo tempo que rebentava uma forte trovoada. Foi toda a gente para junto dos bancos, numa primeira fase, e depois para os balneários, quando já caia granizo sobre o relvado. Seguiram-se uns vinte minutos de apreensão, mas a chuva acabou por dar tréguas e permitiu o recomeço do jogo, quando ainda faltavam dez minutos para o intervalo.

A Alemanha voltou a entrar forte e teve, logo a abrir, uma grande oportunidade por Rudiger, para mais uma grande defesa de Schmeichel, mas a última palavra, antes do intervalo, foi dos dinamarqueses. Uma transição rápida, com Eriksen a combinar com Delaney e este a lançar Hojlund para o interior da área. Valeu à Alemanha a intervenção rápida de Manuel Neuer para manter o nulo intato.

A primeira parte terminava a prometer muito para a segunda e a verdade é que a etapa complementar foi ainda mais rica em acontecimentos, com uma sequência incrível de emoções, sobretudo para os dinamarqueses, com especial incidência para as ações de Christian Andersen.

Andersen do céu ao inferno em dois minutos

Logo a abrir a segunda parte, o central dinamarquês abriu o marcador, num lance confuso na área alemã. Um golo festejado de forma efusiva por toda a equipa, mas o golo acabaria por ser anulado, após intervenção do VAR, que detetou o adiantamento milimétrico de Delaney, por uma ponta da bota. O jogo recomeça e o VAR voltou a chamar o árbitro, desta vez para uma possível corte com a mão do mesmo Andersen. Confirmado! Andersen foi do céu ao inferno em dois minutos e Havertez desfez o nulo desde a marca dos onze metros.

O jogo ficou, desde logo, muito mais aberto, com a Dinamarca a arriscar tudo, à procura do empate, enquanto Nagelsmann artilhava a sua equipa para as transições rápidas. Havertz voltou a ameaçar as redes de Schmeichel, mas foi Musiala que, lançado por Scholtterbeck, fugiu a toda a gente, entrou na área e fez o 2-0. A Alemanha começava a ter os «quartos» à vista.

O jogo seguiu tenso até final, com a Dinamarca a ameaçar reduzir a diferença e a Alemanha a tentar matar definitivamente esta eliminatória. Florian Wirtz saltou do banco e, já em tempo de compensação, chegou a festejar um terceiro golo, mas, mais uma vez, estava adiantado e também não valeu.

Também já não havia tempo para mais. A Alemanha fez a festa e vai, agora, aguardar pelo resultado entre Espanha e Geórgia, enquanto a Dinamarca vai para casa de cabeça levantada. 

Momento: golo anulado a Andersen e penálti para a Alemanha

Escolhemos um momento alargado que engloba dois lances, mas que conta com o mesmo protagonista num curto espaço de pouco mais de dois minutos.

Logo a abrir a segunda parte, Christian Andersen encontrou uma bola perdida na área da Alemanha e atirou a contar. Um golo muito festejado pela Dinamarca, mas que viria a ser anulado por um fora de jogo milimétrico, arrancado da ponta de uma das botas de Delaney.

O jogo recomeça e o videoárbitro volta a intervir, desta vez para assinalar um corte com a mão do mesmo Andersen e, afinal, foi Havertz a abrir o marcador desde a marca dos onze metros. Em dois tempos, o central do Crystal Palace ficou a milímetros do céu antes de cair, sem amparo, para o inferno.

Figura do jogo: a tranquilidade nos pés de Musiala

Num jogo em que se destacaram, acima de tudo, o coletivo das duas seleções, optámos por Musiala que fez mais uma grande exibição e acabou por matar a eliminatória com o segundo golo da Alemanha.

O jovem avançado do Bayern Munique esteve sempre muito em jogo, oferecendo uma grande mobilidade ao ataque e ajudando até a defender, chegando mesmo a arrancar aplausos depois de um corte determinante.

A Alemanha já estava a vencer, mas foi Musiala que acabou com as dúvidas, fugindo a toda a gente, após um pontapé longo de Schlotterbeck, para bater Schmeichel pela segunda vez. Foi o terceiro golo em quatro jogos do jovem de 21 anos do Bayern Munique.

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