Saiba tudo sobre o Euro aqui

Euro 2024: Suíça-Itália, 2-0 (crónica)

29 jun, 19:25

Quando o chocolate é mesmo suíço

O campeão europeu foi ao chão, não se levantou e está fora do Euro 2024. O mais impactante, no entanto, é que ninguém pode ficar surpreendido por ver isto.

A autora deste feito é a Suíça, cada vez mais uma das equipas deste Europeu da Alemanha, que manietou a squadra azzurra como bem quis e aplicou um 2-0 sem qualquer margem para dúvidas, para avançar para os quartos de final.

Mas já lá vamos.

As vibes de Yakin e a mini revolução de Spalletti

Em Berlim, defrontavam-se as duas segundas classificadas dos grupos A e B. Mas as vibes, as tão famosas vibes, eram bem diferentes. E isso notou-se logo pelo onze inicial.

Na seleção suíça, Murat Yakin fez apenas uma alteração, forçada, face ao empate diante da Alemanha: Silvan Wiedmer, castigado, deu o lugar a Ruben Vargas – e em boa hora o fez.

Na Itália, Luciano Spalletti preparou uma mini revolução no onze: Calafiori, uma das sensações do certame, e Dimarco foram baixas forçadas, mas o técnico fez mais quatro alterações e abdicou de Jorginho, Raspadori, Lorenzo Pellegrini e Retegui. Entraram Mancini, Fagioli, Cristante, El Shaarawy, Chiesa e Scamacca.

É que as vibes, como já foi dito, não eram de todos as mesmas. A Itália já tinha roçado a eliminação ante a Croácia, antes de o génio de Calafiori ter decidido correr meio-campo e oferecer o golo – e que golo – a Zaccagni nos últimos segundos do último jogo da fase de grupos.

FILME E FICHA DE JOGO.

A Suíça, por sua vez, esteve a poucos minutos de garantir o primeiro lugar do grupo A, à frente da Alemanha. E esse bom momento prolongou-se.

Um jogo como se fosse uma esquerda a uma mão de Federer

A pressão helvética continuou a ser a imagem de marca da formação comandada por Murat Yakin, e fez muita mossa nos italianos. Sem o castigado Calafiori, a azzurra sofreu para ter qualidade na saída de bola, ainda para mais tendo em conta que Spalletti também abdicou de Jorginho – Barella, claramente limitado fisicamente, também passou ao lado do encontro.

Na frente, Scamacca também demonstrava sempre muitas dificuldades para ganhar os duelos aos adversários, principalmente frente a Akanji, e por isso a Suíça encurralou completamente o ainda campeão europeu.

Aliada a essa pressão estava ainda a mobilidade dos atacantes suíços: Embolo, Ndoye e Vargas andavam um pouco por todo o lado e permitiam que o setor intermédio chegasse também a zonas de finalização. Aí, Xhaka assumiu-se uma vez mais como a bússola de todo o jogo helvético, enquanto Freuler assegurava chegada à área.

Era uma máquina bem oleada, esta Suíça, que parecia mover-se em campo como se fosse uma esquerda a uma mão do compatriota Roger Federer.

Foi num lance assim, bonito, e já aos 37 minutos, que a Suíça se adiantou no marcador: Vargas descobriu Freuler no meio, o médio dominou e rematou de primeira para a baliza de Donnarumma, que já havia brilhado no frente a frente com Embolo.

Berlim estava a ver um amasso suíço à Itália, que não abrandou com o 1-0. De bola parada Donnarumma voltou a fazer mais uma enorme defesa e negar o 2-0 a Rieder em cima do intervalo, mas isso era só um prenúncio do que aí vinha.

Vargas, o génio para o 2-0 final

Na primeira jogada do segundo tempo, a Suíça voltou a construir uma bela jogada sobre o lado esquerdo, finalizada de forma brilhante por Ruben Vargas. 2-0 e um dos golos do torneio.

Desesperado, Spalletti foi mexendo à procura de encurtar o caminho para a baliza da Suíça, sobretudo com base no jogo direto. Retegui juntou-se a Scamacca na frente, a Itália conseguiu dois ou três lances de perigo – acertou duas vezes no poste na sequência de bolas longas –, mas o futebol apresentado era pobre e insuficiente para fazer derreter este chocolate suíço – e este era mesmo suíço.

As vibes suíças continuaram da fase de grupos para o mata-mata, e deixam a certeza de que este conjunto orientado por Murat Yakin é uma ameaça para todas as seleções que sonham com a conquista do Euro 2024.

O detentor do título deixa uma imagem pálida e cai logo nos oitavos de final. Por isso, uma certeza: haverá um novo campeão da Europa no dia 14 de julho.

A FIGURA: Ruben Vargas

Voltou ao onze da Suíça depois de ter ficado no banco frente à Alemanha, e com uma exibição assim, dificilmente não terá comprado um lugar no onze titular para o jogo dos quartos de final, frente a Inglaterra ou Eslováquia. Muito móvel, Vargas foi o expoente máximo do chocolate suíço aplicado aos italianos, que tão depressa não o quererão ver à frente. A assistência para o 1-0 é dele, e que bela assistência, mas melhor ainda é o golo que marcou para o 2-0. Seguramente um dos melhores do torneio.

O MOMENTO: a inspiração de Vargas em 27 segundos

27 segundos da segunda parte e a Suíça aniquilou qualquer esperança de resposta por parte da Itália. Vargas combinou no lado esquerdo, enquadrou-se com a baliza e rematou ao ângulo da baliza de Donarumma. 2-0.

Relacionados

Vídeos Euro 2024

Mais Vídeos Euro 2024

Patrocinados