O líder dos liberais não acredita que Costa vá apresentar a sua demissão, tal como sugerido pelo antigo Presidente da República
O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, saudou as críticas feitas pelo antigo Presidente da República Cavaco Silva ao Governo de António Costa, mas discorda do “convite” à sua demissão com base num “rebate de consciência”.
“Nós já percebemos que António Costa tem muito pouca capacidade de apelar à sua consciência”, disse, para logo acrescentar: “Não vamos estar à espera que António Costa apresente a sua demissão, porque isso não vai acontecer. A maioria absoluta que António Costa tem, neste momento tem um único propósito, que é evitar precisamente a perda de poder.”
Rui Rocha falava aos jornalistas no Funchal, no decurso de um jantar com apoiantes da Iniciativa Liberal, no âmbito de uma visita de dois dias – este sábado e domingo – à Região Autónoma da Madeira.
“Saudamos sempre todos aqueles que vêm agora partilhar do diagnóstico que a Iniciativa Liberal apresentou já há muitos meses”, disse Rui Rocha, num comentário ao discurso de Cavaco Silva hoje no encerramento do 3.º Encontro Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), em Lisboa.
O antigo Presidente da República acusou o primeiro-ministro, António Costa, de perder a sua autoridade, acrescentando que por vezes os primeiros-ministros “decidem apresentar a sua demissão” devido a “um rebate de consciência”.
Num discurso bastante crítico da governação socialista, que classificou como “desastrosa”, o ex-chefe de Estado defendeu que o primeiro-ministro “perdeu a autoridade” e “não desempenha as competências que a Constituição lhe atribui".
No Funchal, Rui Rocha disse que a Iniciativa Liberal concorda com o discurso “muito duro” de Cavaco Silva, mas considera que este “falha na solução”, ao convidar o primeiro-ministro a ter um “rebate de consciência” e eventualmente a apresentar a sua demissão.
O líder da IL disse, por outro lado, que o Governo de António Costa está esgotado e lamentou a “absoluta degradação das instituições”, para depois ironizar dizendo que sempre os ministros falavam é dia 1 de abril [dias das petas], porque “são apanhados sistematicamente a mentir”.