Matos Fernandes fala da “movida do hidrogénio”: vai ser preciso produzir mais hidrogénio do que se esperava, porque há já muitos compradores industriais. “A indústria portuguesa tem a noção clara do seguinte: ou se descarboniza ou sai do mercado.”
“Fomos muito criticados e ouvimos muitas mentiras” em torno do projeto do hidrogénio, diz Matos Fernandes. “Houve uma confusão de números que acho que até foi demasiado acintosa para ser só involuntária de quem os leu mal. O lóbi do carvão, o lóbi do petróleo, o lóbi do gás existem, estão aí, e têm muito acesso ao espaço público.”
Hoje, diz o ministro do Ambiente, “a movida em torno do hidrogénio em Portugal é muito superior àquilo que imaginámos”.
“Aquilo que sentimos é que há cada vez mais consumidores industriais de hidrogénio, inúmeros projetos a nascer, muitos a partir até da indústria química. No início imaginámos que uma parcela significativa de hidrogénio fosse para injetar na rede e aquilo que eu sinto neste momento, com os projetos que estão em cima da mesa, é que se vai produzir mais hidrogénio do que estimava há um ou dois anos e existem já compradores para todo esse hidrogénio, que são essencialmente compradores industriais”.
“A indústria portuguesa tem a noção clara do seguinte: ou se descarboniza ou sai do mercado”, remata.