Ministro do ambiente fala sobre carros elétricos mas também sobre os preços dos combustíveis, do gás e da eletricidade que por portugueses pagam
Os preços dos veículos elétricos “ainda são mais caros do que os dos veículos a diesel e a gasolina”, mas que se pensados a quatro/cinco anos, “no caso dos particulares, já pode ser quase ‘ela por ela’, e no caso das empresas – que podem reverter o IVA a seu favor -, já há ofertas de veículos elétricos que são mais baratos”, diz o ministro do Ambiente.
Em entrevista à CNN Portugal, João Pedro Matos Fernandes realça o crescimento das vendas dos veículos elétricos, que em outubro pesaram 25% do total do mercado.
Já quanto ao preços dos combustíveis, o ministro recorda a medida do governo de limitar as margens das gasolineiras, cuja aplicabilidade prática foi então posta em causa, inclusive pelo Presidente da República, que disse que a medida não teria efeito imediato. “Pois não, nem nunca foi pensado para ter efeito imediato”, reage Matos Fernandes.
Há alguns meses, diz, as margens nas gasolinas “foram anormalmente altas. Na gasolina chegaram a subir 30%”.
O que é que está a acontecer neste momento? “Está a vender-se muito mais combustível e por isso as margens estão dentro daquilo que são as margens normais”.
Também nas botijas de gás, no princípio da pandemia, as margens “aumentaram brutalmente”. O governo fixou então preços. “Houve imensas ameaças, imensos distribuidores a dizer ‘vamos falir todos amanhã’, não faliu nenhum, sinal de que margens eram mesmo confortáveis.”
Já na eletricidade, o governo usou almofadas para baixar preços para os clientes domésticos no mercado regulado, contrariando a pressão dos mercados internacionais.
Uma dessas almofadas foi o fim dos contratos CMEC, as “rendas da energia”, para a central elétrica do Pego. “Os portugueses pagavam à central do Pego, a carvão, cem milhões de euros para ela simplesmente existir, e acima disso pagavam toda a eletricidade que ela produzia”.