União Europeia quer enviar navios de guerra ao Mar Vermelho para combater os Houthis (e pode precisar da ajuda de Portugal)

CNN Portugal , BCE
12 jan, 21:00

Todos os países que integram a operação Agenor poderão ter de fornecer meios navais e aéreos para assegurar a missão no mar, nomeadamente "forças especiais, fuzileiros, embarcações"

A União Europeia (UE) quer enviar pelo menos três navios de guerra ao Mar Vermelho, para salvaguardar os navios que têm enfrentado ataques dos rebeldes Houthis nos últimos meses, depois de Estados Unidos e Reino Unido terem liderado uma série de ataques ao grupo baseado no Iémen.

De acordo com o POLITICO, que diz ter tido acesso a um documento do Serviço Europeu para a Ação Externa, que atua no serviço diplomático do bloco comunitário, esta missão seria incluída numa "área de operação mais ampla, do Mar Vermelho ao Golfo", e seria lançada no final de fevereiro.

Esta missão, a realizar-se, seria lançada no âmbito da Agenor, uma operação de vigilância conjunta, sob liderança de França e composta por mais oito países, incluindo Portugal, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Itália, Países Baixos e Noruega.

No âmbito desta operação, Portugal terá de cumprir obrigações diplomáticas, a par com a Alemanha, explica à CNN Portugal o comandante João Fonseca Ribeiro, do Observatório de Defesa e Segurança da SEDES. Já os restantes sete países atuam na "componente militar" desta missão, acrescenta o especialista. Todos os países que integram a operação Agenor poderão ter de fornecer meios navais e aéreos para assegurar a missão no mar, nomeadamente "forças especiais, fuzileiros, embarcações", enumera o comandante.

Até agora, 37 navios estiveram envolvidos na missão, com mais de 4.500 marinheiros e 1.100 dias no mar. Quanto aos meios aéreos, uma aeronave de patrulha militar francesa e um veículo aéreo não tripulado italiano garantem uma vigilância elevada sobre a Área de Operação Conjunta (JOA) para garantir "uma consciência situacional clara", refere-se no site oficial da Agenor. 

Ora, o objetivo, segundo o POLITICO, será agora enviar mais três navios de guerra para salvaguardar os que já se encontram no Mar Vermelho - uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo - e que têm sido alvo de ataques dos Houthis como uma demonstração de apoio aos palestinianos desde a retaliação israelita aos ataques do Hamas em 7 de outubro. Os rebeldes Houthis, apoiados pelo Irão, atacaram navios, forçando-os a fazer longos desvios ao longo do Corno de África.

Em concreto, o documento do Serviço Europeu para a Ação Externa refere que "a dimensão e a composição da operação estariam sujeitos a um planeamento operacional adicional", mas inclui, em princípio, "pelo menos três fragatas antiaéreas com capacidade multimissão por pelo menos um ano".

A UE segue assim o exemplo dos Estados Unidos e aliados tendo em vista a proteção dos navios no Mar Vermelho. Em dezembro, os Estados Unidos lançaram a Operação Prosperity Guardian, composta por uma coligação ad hoc de 20 parceiros.

Inicialmente, a UE ainda explorou a possibilidade de utilizar a sua missão antipirata, Atalanta, que atua no Oceano índico, mas, segundo o POLITICO, Espanha opôs-se à ideia, sugerindo o lançamento de uma nova missão.

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