Ataques aéreos, a conversa Biden-Xi e o discurso interrompido de Putin: o 23.º dia da guerra

CNN Portugal , BCE
18 mar 2022, 22:53
Bombardeamento em Kiev (AP Images/Vadim Ghirda)

O resumo do que aconteceu esta sexta-feira na Ucrânia

O 23.º dia da invasão russa da Ucrânia amanheceu com três explosões e uma coluna de fumo que tingiu de negro o céu da cidade de Lviv, localizada no oeste do país. Mas os ataques russos não ficaram por aqui, com as autoridades ucranianas a darem conta de mais bombardeamentos em Kiev, Mariupol, Kharkiv e Kramatorsk. 

O número de refugiados da guerra supera já os 3,3 milhões, de acordo com a ONU, que indica ainda que mais de 800 civis morreram desde o início da invasão.

  • Os confrontos chegaram ao centro da cidade de Mariupol, onde 350 mil civis continuam presos, sem acesso a comida ou água. O ministério da Defesa da Rússia anunciou que as suas forças estão a "apertar o cerco" naquela cidade, que ainda está a recuperar do ataque de quarta-feira que atingiu o Teatro Drama, que abrigava centenas de pessoas, incluindo mulheres e crianças. Num discurso em vídeo divulgado esta sexta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que mais de 130 pessoas já foram resgatadas dos escombros, mas muitas ainda estão por salvar, de acordo com as autoridades ucranianas.

 

  • Uma fábrica de reparações de aeronaves em Lviv foi atingida esta sexta-feira por mísseis russos. Os habitantes em Lviv acordaram com o som de várias explosões, por volta das 06:00, seguidas do som das sirenes que alertam para um ataque aéreo, enquanto uma coluna de fumo se adensava sobre a cidade.

 

  • O leste da Ucrânia continua a ser alvo de ataques russos. De acordo com os serviços de emergência estatais, um edifício de vários andares em Kharkiv foi atingido por bombardeamentos durante esta manhã, que provocaram um morto e 11 feridos. A cidade de Kramatorsk também foi atingida por mísseis russos, que acabaram por fazer duas mortes e seis feridos. Em Kiev, um edifício habitacional foi atingido por um míssil, que causou um morto e quatro feridos.

 

  • Mais de 220 pessoas morreram em Kiev desde o início da invasão, segundo dados divulgados pela autarquia. Das 222 vítimas mortais, 60 eram civis e quatro crianças. Em comunicado, a administração de Kiev adianta que 889 pessoas ficaram feridas, entre as quais 241 civis e 16 crianças.

 

  • O número de refugiados da guerra na Ucrânia atingiu os 3,3 milhões, de acordo com dados divulgados esta sexta-feira pela ONU. A ONU estima ainda que mais de 800 civis ucranianos morreram desde o início da invasão russa, mas os números podem ser ainda maiores, indica.

 

  • O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou esta sexta-feira com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, por telefone, sobre as "implicações e consequências" de um eventual apoio material de Beijing para a Rússia. "A crise da Ucrânia é algo a que não queremos assistir", disse o chefe de Estado chinês, citado pelos media locais, durante a conversa telefónica com Biden. No final da conversa, o presidente norte-americano disse que a chamada "correu bem".

 

  • A posição da Ucrânia mantém-se inalterada nas conversações com a Rússia, garantiu o negociador ucraniano Mykhailo Podolyak, depois de um membro da equipa de negociadores russos ter anunciado que Moscovo e Kiev estão mais alinhados na neutralidade da Ucrânia e na desistência da adesão à NATO. Segundo Podolyak, estas declarações têm como objetivo "provocar tensão nos media".

 

  • O presidente Vladimir Putin fez esta sexta-feira um raro discurso em público no estádio nacional de Moscovo, onde saudou a "união" da Rússia perante o que o Kremlin denominou como "operação especial" na Ucrânia. No momento em que Putin terminava o discurso, a emissão foi abaixo e a televisão estatal transmitiu músicas patriotas. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos media que se tratou de uma "falha técnica".

 

  • O presidente francês, Emmanuel Macron, e Vladimir Putin falaram esta sexta-feira ao telefone durante uma hora sobre a evolução da guerra na Ucrânia, com o presidente russo a dizer ao homólogo francês que as tropas no terreno estão a fazer tudo para não atingir civis. Macron, por seu lado, manifestou-se "extremamente preocupado" com a situação humanitária em Mariupol, cidade que está cercada há duas semanas, sem acesso a comida e medicamentos, e constantemente alvo de ataques.

 

  • O Papa Francisco denunciou o que classificou como "perverso abuso de poder" a que se assiste na Ucrânia e apelou à ajuda do povo ucraniano, que, nas suas palavras, estão a ser atacados na sua "identidade, história e tradição" e estão a "defender a sua terra".

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