Custódio: «Gostava de pôr problemas a Sérgio Conceição»

10 abr 2020, 17:01
Custódio (Lusa)

Novo treinador do Sp. Braga não gosta de jogadores reservados e quer ouvi-los a falar e a dar opinião

Custódio, na primeira de três partes de uma entrevista concedida ao site do Sp. Braga, revela que gosta de ouvir os jogadores falar. O antigo médio recorda os desafios que colocava a Sérgio Conceição, quando o atual treinador do FC Porto orientou a equipa minhota, e agora quer ter também jogadores emancipados que coloquem questões e que pensem sobre o jogo.

Uma entrevista em que o antigo médio explica o caminho que o levou a optar por uma carreira de treinador. Custódio começa por contar que, desde muito jovem procurou sempre refletir sobre os jogos e sempre confrontou os treinadores com a sua opinião.

«Hoje sinto que os jogadores são muito reservados perante o treinador e eu não gosto disso, gosto de os pôr a falar, porque a minha forma de compreender o jogo era questionar, era falar, era procurar compreender. Como treinador, vou sempre puxar os jogadores para o diálogo e para a compreensão daquilo que fazemos, porque entendo que isso é fundamental», explica.

Uma propensão para o diálogo que Custódio recuperou do passado, das conversas com Sérgio Conceição, mas também com Paulo Bento. «No Sp. Braga, por exemplo, gostava de discutir com o Sérgio Conceição, gostava de lhe pôr problemas. O Paulo Bento, que foi meu colega e depois meu treinador [no Sporting], também era alguém que estimulava esse debate», conta.

Foi dessas conversas que Custódio foi alimentado a vontade de chegar a mister. «Eu não era um jogador vazio, fui acumulando ideias, fui definindo uma forma de estar no futebol. Enquanto jogador, eu fui acumulando sabedoria, bebi muita coisa e fui guardando muita coisa por saber que isso me iria ser útil no futuro», destaca.

Custódio acabou por formular as próprias ideias, mas não deixa de assumir algumas referências no futebol. «É normal que nos falem em referências, mas essa é só uma parte daquilo que nos forma enquanto treinadores. Eu se calhar até me lembro de nomes que não têm grande relação entre eles, mas é natural que fale dos portugueses e aí, como todos, tenho de referir o José Mourinho, o Jorge Jesus, o Paulo Fonseca, o Fernando Santos, por quem tenho muita estima, mas também o Manuel José, pela sua liderança e pela sua frontalidade, e o Vítor Oliveira, de quem aprecio muito a forma simples de comunicar e os bons trabalhos que tem feito», começa por enumerar.

Mais recentemente, já como treinador da equipa B do Sp. Braga, Custódio acompanhou de perto o trabalho de Abel Ferreira. «Bebi muito e de muitas fontes, para mim foi um privilégio ter estado perto do Abel quando fui adjunto do Sp. Braga B e ele estava na equipa principal. Nessa fase, que foi importante para a organização das minhas ideias, percebi que há várias coisas que partilhamos. Não sei se está tudo inventado, a verdade é que o jogo não para de evoluir e ninguém vai longe se quiser apenas copiar alguém. Nós, treinadores, estamos sempre à procura de fazer melhor e de fazer diferente. Não sou nem serei exceção», contou ainda.

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