Grupo de Telegram junta mais de 7 mil médicos ‘em luta’. Mais de 2 mil assinam carta para Manuel Pizarro retomar negociações

15 nov 2023, 07:30
Médicos (imagem Getty)

Médicos defendem que panorama político atual dá “energia extra” às reivindicações e exigem que o ministro da Saúde retome as negociações com os sindicatos médicos

Tudo começou com um grupo de WhatsApp que rapidamente deixou de ser suficiente. Seguiram-se outros dois e agora um grupo na rede social Telegram, onde estão agora 7.076 médicos unidos de forma digital na reivindicação por melhores condições salariais e laborais.

“É um grupo onde se debatem várias coisas e onde temos informação fidedigna dos colegas”, conta à CNN Portugal a médica Susana Costa, porta-voz do movimento Médicos em Luta.

É agora neste grupo de Telegram, onde apenas quem tem cédula profissional válida podem aceder, que milhares de médicos vão “trocando ideias e tendo notícias dos colegas que colocam a minuta [de recusa a mais horas extraordinárias para lá das 150 horas anuais], dos constrangimentos nos diversos serviços de norte a sul”.

“Tentamos recolher alguma informação relativamente às pressões das administrações hospitalares e das coisas que vão acontecendo e que são menos corretas e ilegais, incluindo perseguições a que alguns médicos são sujeitos”, continua a médica, frisando que “é um grupo que é importante para nós”.

É também neste grupo de Telegram que, no último fim de semana, circulou um formulário online com o nome 'Carta Urgente ao Ministro da Saúde', que funciona como uma espécie de abaixo-assinado para que sejam retomadas de imediato as negociações entre o Ministério da Saúde e os sindicatos médicos, mais concretamente a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM). Para os médicos, “perante este novo panorama político e a atual situação catastrófica dos serviços de urgência”, a luta “ganha uma energia extra”, como se lê no formulário online a que a CNN Portugal teve acesso.

Segundo Susana Costa, mais de 1.900 médicos assinaram este documento que “se ainda não foi enviado [para o Ministério da Saúde] será enviado agora”.

A médica, que revela que perto de 2.800 médicos já entregaram minutas de escusa a mais horas extra para lá das estipuladas por lei, afirma que o objetivo desta carta para Manuel Pizarro é que seja possível “retomar as negociações para resolver isto antes de dezembro”, frisando que “o movimento Médicos em Luta tem apenas como objetivo reabrir as negociações dos sindicatos médicos”, não querendo participar nelas.

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