Tensão cresce na fronteira Rússia-Ucrânia: EUA ordenam que famílias de diplomatas americanos deixem Kiev

CNN Portugal , BMA
24 jan 2022, 09:43

Medida acontece devido à possibilidade iminente de uma invasão russa naquele país

O governo dos Estados Unidos ordenou as famílias de todos os funcionários americanos da embaixada dos EUA na Ucrânia a abandonar o país, devido à possibilidade iminente de uma invasão russa.

O departamento de estado adiantou ainda que os funcionários da embaixada não essenciais deverão também deixar o país às custas do governo amerciano, segundo avança o The Guardian.

Autoridades dos EUA enfatizaram que a embaixada em Kiev permanecerá aberta e que este anúncio não constitui uma evacuação mas sim uma medida de prevenção que tem vindo a ser considerada há algum tempo. No entanto, as autoridades afirmam que esta decisão não reflete uma flexibilização do apoio dos EUA à Ucrânia.

Tendo em conta a ação militar russa, que "pode acontecer a qualquer momento", de acordo com a embaixada dos EUA, as autoridades "não estão em posição de retirar cidadãos americanos em tal contingência". Por esse motivo, os cidadãos americanos atualmente presentes na Ucrânia devem ponderar a sua retirada.

Esta medida surge agora tendo em conta as crescentes tensões entre os militares russos na fronteira com a Ucrânia.

Contrariamente à medida tomada pelos EUA, o chefe da diplomacia europeia afirmou esta segunda-feira que a União Europeia não está a pensar ordenar a retirada do seu pessoal diplomático da Ucrânia, a menos que o secretário de Estado norte-americano partilhe hoje “mais informação” que justifique tal medida.

Em declarações à chegada de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Bruxelas, que volta a ter como assunto em destaque na agenda a tensão na fronteira da Ucrânia com a Rússia, o Alto Representante da União para a Política Externa e de Segurança, questionado sobre a decisão de Washington de ordenar a retirada das famílias dos diplomatas dos Estados Unidos colocados em Kiev, comentou que não se deve “dramatizar”.

Recordando que o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Anthony Blinken, vai participar hoje, por videoconferência, na discussão sobre a situação de segurança na Ucrânia, Josep Borrell disse que essa será uma oportunidade de o secretário de Estado norte-americano explicar aos 27 a razão desse anúncio, que, nesta fase, a UE não pensa seguir.

Governo ucraniano acha prematura saída de famílias de diplomatas dos EUA

Ucrânia considerou esta segunda-feira "prematura e de "cautela excessiva" a decisão dos Estados Unidos de ordenarem a saída das famílias dos funcionários e outros trabalhadores da embaixada norte-americana em Kiev devido à ameaça militar da Rússia.

"Respeitando o direito dos Estados estrangeiros de garantir a segurança das suas missões diplomáticas, consideramos tal ação dos Estados Unidos prematura e uma demonstração de cautela excessiva", disse o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, num comunicado.

Apesar da tensão atual, "a situação de segurança não sofreu nenhuma mudança radical nos últimos tempos: a ameaça de novas ondas de agressão russa permanece constante desde 2014 e o aumento de tropas russas na fronteira (ucraniana) já começou em abril último", acrescentou Nikolenko.

O porta-voz ucraniano apelou “à calma", entretanto, denunciou os "esforços" de Moscovo para "desestabilizar a situação interna na Ucrânia".

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