Treino de militares ucranianos torna UE "parte do conflito", avisa Rússia

Agência Lusa , CM
20 out 2022, 15:13
Militares da primeira força nacional destacada para a Roménia. Foto: José Sena Goulão/Lusa

Reação do Kremlin ao anúncio de Bruxelas de uma missão de assistência militar para o treino de cerca de 15.000 operacionais das Forças Armadas da Ucrânia, programa do qual Portugal fará parte

A Rússia avisou esta quinta-feira que a União Europeia (UE) passou a fazer "parte do conflito" na Ucrânia, por ter aprovado uma missão de treino de milhares de militares ucranianos

“Quase 107 milhões de euros estão destinados a isso. Este passo aumenta o fornecimento de armas letais ao regime de Kiev e aumenta qualitativamente o envolvimento da UE, tornando-a parte do conflito”, disse Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em conferência de imprensa.

Zakharova referia-se à aprovação, na segunda-feira, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, de uma missão de assistência militar para o treino de cerca de 15 mil militares das Forças Armadas da Ucrânia, durante dois anos, em território comunitário.

A porta-voz da diplomacia russa lembrou que o Ocidente decidiu manter a ajuda militar à Ucrânia, “aumentando o seu potencial de defesa antiaérea” e permitindo a Kiev preparar-se “para uma guerra prolongada”.

“Isto, inevitavelmente, conduzirá a um aumento no número de vítimas. Mas, certamente, tal não constitui uma preocupação para o Ocidente. Esse é um dos seus objetivos”, afirmou Zakharova.

Na rede social Twitter, também hoje, a porta-voz da diplomacia russa já tinha criticado o Governo português por ter enviado seis helicópteros de combate a incêndios para a Ucrânia, de origem russa, dizendo que se trata de uma “violação das suas obrigações contratuais”.

Na conferência de imprensa, Zakharova denunciou que, desde o início da invasão, em fevereiro, os países da NATO forneceram à Ucrânia 300 tanques, 130 carros de infantaria, 400 veículos blindados, 700 peças de artilharia, além de vários projéteis e munições.

“E, depois de tudo isso, os regimes dos países da UE pedem aos seus cidadãos para que tomem menos banhos, que garantam aquecimento por conta própria, porque não lhes podem garantir conforto. Sabemos em que gastam o dinheiro e, agora, também o sabem os cidadãos dos países da UE“, apontou a porta-voz da diplomacia russa.

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