Biden garante que EUA e aliados “nada têm a ver” com rebelião russa

26 jun 2023, 17:45
Joe Biden na Casa Branca (AP)

Presidente dos Estados Unidos diz que é fundamental que os aliados ocidentais permaneçam alinhados, para não dar "a Putin nenhuma desculpa para culpar o Ocidente ou a NATO"

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garante que os aliados ocidentais "não têm nada a ver" com a rebelião do último sábado na Rússia. Biden admite que instruiu os serviços de segurança nacional dos EUA a monitorizarem de perto os acontecimentos de sábado na Rússia e a prepararem relatórios de “hora a hora”, de modo a que o país se preparasse para todos os cenários.

Biden diz ainda que falou com os principais aliados dos EUA no fim de semana para "garantir que estão todos na mesma página". "É fundamental que estejamos coordenados na nossa resposta e coordenados no que devemos antecipar", justificou, acrescentando que todas as partes concordaram que é preciso "garantir que Putin não tenha nenhuma desculpa para culpar o Ocidente ou a NATO".

"Deixamos claro que não estivemos envolvidos. Não tivemos nada a ver com isso. Isso fez parte de uma luta dentro do regime russo", acrescentou.

O presidente dos EUA disse ainda que é muito cedo para “chegar a uma conclusão definitiva" sobre os impactos da rebelião na Rússia.

"Vamos continuar a avaliar as consequências dos eventos deste fim de semana e as implicações para a Rússia e para a Ucrânia, mas ainda é muito cedo para chegar a uma conclusão definitiva", assumiu Biden, numa declaração, na Casa Branca, esta segunda-feira.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, disse esta segunda-feira que a Rússia está a investigar um eventual envolvimento de serviços secretos ocidentais na rebelião do grupo paramilitar Wagner. O chefe da diplomacia russa afirmou ao canal televisivo russo RT que a Rússia possui “estruturas com esse fim" de investigação.

Joe Biden acrescentou que também conversou no fim de semana sobre a situação com o Presidente ucraniano e disse que tenciona voltar a reunir com Volodymyr Zelensky ainda hoje ou na terça-feira, explicando que ainda é muito cedo para avaliar o impacto da rebelião do Grupo Wagner na guerra na Ucrânia.

“Eu disse a Zelensky que não importa o que aconteça na Rússia, nós, nos Estados Unidos, continuaremos a apoiar a defesa e a soberania da Ucrânia e a sua integridade territorial”, disse Biden.

Os mercenários do Grupo Wagner realizaram uma rebelião armada de 24 horas, liderada pelo seu líder, Yevgeny Prigozhin, no fim de semana, durante a qual tomaram a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e avançaram até 200 quilómetros de Moscovo.

A rebelião terminou com um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exiado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.

Hoje, numa declaração de áudio de 11 minutos, Prigozhin já tinha dito que agira sem apoio externo e que o único objetivo da sua iniciativa foi “evitar a destruição da companhia militar privada Wagner”, em resposta a um ataque por parte das forças

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