Sunak promete repor serviço militar obrigatório a dois meses das eleições no Reino Unido

CNN Portugal , JAV
26 mai, 08:47
Rishi Sunak (Associated Press)

“Só alimentando a nossa cultura comum e fomentando o sentido do dever poderemos preservar a nossa nação e os nossos valores durante as próximas décadas. Trata-se de um investimento tanto no carácter dos jovens como na nossa segurança"

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, anunciou na noite de sábado que pretende reimpor o serviço militar obrigatório (SMO) se vencer as eleições de 4 de julho.

Sob o plano do governo conservador, numa aparente tentativa de roubar votos aos populistas do partido Reform UK (anterior partido do Brexit), todos os cidadãos terão de cumprir um período de SMO ao completarem 18 anos ou, em alternativa, passar entre um fim de semana a um mês como voluntários num programa de "resiliência civil".

O partido Tory defende que é preciso ter "mente aberta e honestidade" quanto aos desafios de longo prazo que o Reino Unido e a Europa enfrentam e que o plano vai permitir dar aos jovens "as oportunidades que merecem".

O "novo modelo audaz de serviço nacional" vai fornecer aos jovens cidadãos britânicos "competências do mundo real, ao mesmo tempo que contribuem para o seu país e comunidade".

O objetivo é ter o plano em marcha até setembro de 2025, com base na Lei do Serviço Nacional. Os tories garantem que este plano é "completamente essencial" e diferente do tradicional SMO dado o seu cariz civil, cuja importância, diz Sunak, ficou demonstrada durante a pandemia de Covid-19.

O governo destaca também que o programa é similar ao da Suécia, alegando que 80% dos jovens que concluem o serviço militar dizem que o recomendariam aos seus pares.

“Só alimentando a nossa cultura comum e fomentando o sentido do dever poderemos preservar a nossa nação e os nossos valores durante as próximas décadas. Trata-se de um investimento tanto no carácter dos jovens como na nossa segurança."

O Partido Trabalhista, o principal da oposição, já reagiu ao anúncio, dizendo que se trata de mais uma política não testada dos conservadores, que já sugeriram uma redução de impostos sem explicarem como vão financiá-la.

"Trata-se de mais um compromisso desesperado, de 2,5 mil milhões de libras [2,92 mil milhões de euros], de um partido que já fez colapsar a economia, fazendo disparar as hipotecas, e que agora está a querer mais", disse um porta-voz do Labour.

"Isto não é um plano, é uma revisão que custaria milhares de milhões e que só é necessário porque os Tories esvaziaram as forças armadas ao seu tamanho mais reduzido desde os tempos de Napoleão", acrescentou a mesma fonte. "A Grã-Bretanha está farta dos conservadores, que estão falidos de ideias e sem planos para acabar com este caos de 14 anos. É altura de reconstruir a Grã-Bretanha com o Partido Trabalhista."

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