Reação de Luís Montenegro às declarações do ministro da Educação, João Costa, que disse que quando o PSD foi governo “tirou do sistema 28 mil professores”
O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou esta sexta-feira o PS de, “à falta de melhor”, culpar “sempre aquilo que vem de trás”, e ironizou que "já só falta" um governante “culpar” Salazar por um problema atual de governação.
Questionado pela agência Lusa, em Vendas Novas (Évora), sobre declarações proferidas pelo ministro da Educação, João Costa, que disse que quando o PSD foi governo “tirou do sistema 28 mil professores”, Luís Montenegro considerou “simplesmente ridículas” tais afirmações.
"Sete anos depois de o PS ter governado o país, depois de o PS ter governado 20 dos últimos 27 anos, imputar ao PSD responsabilidades pela saída de professores do sistema é ridículo, é simplesmente ridículo. E, como diz o nosso povo, o ridículo mata", contrapôs.
O líder 'laranja' considerou que "é preciso ter algum descaramento", mas o que é certo é que "o PS, à falta de melhor, culpa sempre aquilo que vem de trás”.
Como exemplo, Montenegro aludiu ao caso da anterior ministra da Saúde, Marta Temido, lembrando que esta disse “que o problema das urgências, do encerramento que estava a haver um pouco por todo o país, vinha dos anos 80”.
“Já só falta mesmo um governante do PS vir culpar o senhor doutor António de Oliveira Salazar por qualquer problema que haja naquilo que é responsabilidade política deste Governo”, ironizou.
Em Vendas Novas, última paragem da sua semana por Évora, no âmbito do programa “Sentir Portugal”, que o levou aos 14 municípios do distrito, Luís Montenegro falou aos jornalistas sobre as declarações do ministro da Educação, ouvido hoje na Assembleia da República num debate sobre política setorial.
“Lamento muito que o ministro da Educação, que deveria ser o expoente da seriedade e da honestidade política, até porque está a seu cargo instar o sistema para que ele forme pessoas com valores e com princípios, tenha declarações dessas”, sobre o PSD ser responsável pela saída de 28 mil professores do sistema, disse.
Segundo o líder social-democrata, “hoje não há professores porque o Governo não conseguiu antever aquilo que se iria passar, nomeadamente com as aposentações”, o que também “pode vir a acontecer a breve prazo no ensino superior”, avisou.
“Daqui lanço aos governantes deste país, um apelo muito sério. Assumam que as suas políticas ou a falta delas ou a incapacidade de transformar as políticas publicas está a ter consequências que estão a dar um empobrecimento à população”, desafiou.
Questionado também pelos jornalistas sobre a taxa de absentismo e as baixas médicas entre os professores, Montenegro considerou que estas são “fruto de um sistema que não está a funcionar”.
Agora, “é para isso que há um ministro da Educação, para resolver estes problemas, não é ara andar a divertir-se de uma forma irresponsável a atribuir responsabilidades ao PSD”, argumentou.
E avisou o PS e o Governo: “Se acham que é com isso que inibem a capacidade fiscalizador do PSD podem estar descansadinhos porque não nos vamos calar, nem calar a voz daqueles que nos procuram para que sejamos a voz deles”.
