Para que serve este Congresso do PS? E o que esperar desta reunião magna? Respostas aqui

5 jan, 07:10
Pedro Nuno Santos no jantar de Natal do grupo parlamentar do PS (Lusa/Tiago Petinga)

Arranca esta sexta-feira, no Centro de Congressos de Lisboa, o 24º Congresso do PS. Com a presença dos 1.400 delegados eleitos, dá-se o primeiro passo para a campanha eleitoral das legislativas de 10 de março. O partido faz questão de parecer unido

1.Confirmação de Pedro Nuno Santos: a união para a corrida

A pergunta que muitos se fazem é esta: para que serve este Congresso se o PS já tem definido o novo secretário-geral, Pedro Nuno Santos, desde dezembro? Esta reunião magna deve antes ser encarada como um momento de confirmação, em que o partido aproveitará para se unir em torno do novo líder e definir as prioridades para a corrida eleitoral que se desenha. O PS tem-se mostrado empenhado em superar a ideia de divisão interna que se instalou com a existência de três candidaturas à sucessão de António Costa, procurando construir uma solução de unidade interna, ao integrar apoiantes de José Luís Carneiro e nomes notáveis que se mantiveram neutros durante toda a corrida interna. Espera-se agora que Pedro Nuno Santos clarifique, nos discursos que tem agendados para sábado e domingo, um conjunto de mensagens, ideias e promessas que quer incutir no eleitorado. O primeiro discurso será mais focado na vida interna do PS e nos seus desafios eleitorais; o segundo irá vincar as linhas de continuidade e de rutura com o projeto de António Costa. A moção política de orientação nacional de Pedro Nuno Santos, intitulada “Portugal Inteiro”, que traça a sua visão para o país, será também alvo de apresentação e debate. Pedro Nuno Santos tem acenado com a necessidade de pontes à esquerda e de estabilidade político, acusando a direita de ser "radical".

(Lusa)

2. Balanço de governação de António Costa: o trabalho feito

É o recuperar de uma tradição socialista que se tinha perdido no tempo de José Sócrates. Nos anos 1970, 1980 e 1990, era tradição os responsáveis máximos cessantes fazerem o primeiro discurso dos congressos para prestarem contas sobre a forma como exerceram o cargo. É isso que irá fazer António Costa, para fazer o balanço de praticamente nove anos de liderança socialista e governação. Esse momento acontecerá logo no final da tarde desta sexta-feira. Além de António Costa, discursam o presidente da Comissão Organizadora do Congresso, Pedro do Carmo, a presidente do PS Lisboa e potencial candidata à Câmara da capital, Marta Temido, e o presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa, Duarte Cordeiro.

(Lusa)

3. Votações para os órgãos nacionais: a nova organização interna

Neste 24º Congresso do PS define-se também a organização do próprio partido após a era de António Costa. O regimento define votações para a Comissão Nacional (251 membros, estando já confirmado o nome de Francisco Assis), para a Comissão Nacional de Jurisdição (nove membros) e para a Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira (sete membros). Destaque natural para a Comissão Nacional, o órgão máximo entre congressos. Recorde-se que Pedro Nuno Santos e o ex-adversário interno José Luís Carneiro chegaram a acordo para que o atual ministro da Administração Interna indique 35% dos lugares na lista para a Comissão Nacional. Um pacto encarado como uma prova de união no seio do PS, que espera poder ter impacto nas urnas a 10 de março.

(Lusa)

4. Apresentação das moções setoriais: os temas que preocupam os socialistas

Para domingo está prevista a apresentação de mais de quatro dezenas de moções setoriais. Ou seja, são posições que refletem as preocupações específicas dos socialistas e possíveis soluções a aplicar. A discussão e votação destes documentos terá apenas lugar na próxima Comissão Nacional. Pela lista tornada pública, percebe-se que um dos temas mais recorrentes é o da habitação. Há depois moções sobre cibersegurança, sobre a necessidade de instalar o novo aeroporto de Lisboa na margem sul do Tejo e até “contra a troca de bebés em Portugal”.

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