"Se tivesse 10% dos casos e casinhos da AD era arrasado". Este foi o derradeiro apelo de Pedro Nuno ao voto: um ataque à "falta de coesão" de Montenegro

8 mar, 21:27

Pedro Nuno Santos aproveitou a mobilização no Chiado, à chuva, para começar o ataque: "não precisamos de líderes que se escondem da chuva". Seguiu com a "benesse" de Manuela Ferreira Leite como um "desrespeito". E acabou em Montenegro para criticar a "falta de coesão". Nem Marcelo escapou, desta vez pela voz de Ana Catarina Mendes, por "entrar em campanha no último dia"

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, deixou esta noite o derradeiro apelo ao voto no partido nestas eleições legislativas. "Apelo a todos que convençam, que levem um indeciso a votar, cada um mais um voto". No comício de encerramento em Almada, insistiu na necessidade de "concentrar" o voto no PS e criticou a "falta de coesão" de Luís Montenegro para governar". "Se tivesse 10% destes casos e casinhos, era arrasado", comparou. 

O discurso de Pedro Nuno Santos ficou marcado por críticas à intervenção de Manuela Ferreira Leite na campanha da Aliança Democrática, que definiu a pandemia como "uma benesse" para a governação socialista. "Dizer que a covid-19 foi uma benesse não nos desrespeita a nós, é um desrespeito a todos os portugueses, às famílias, à vítimas, aos profissionais de saúde que todos os dias se dedicaram a combater a pandemia".

No Dia da Mulher, o líder do PS aproveitou para lembrar o trabalho de Marta Temido, Mariana Vieira da Silva ou Graça Freitas na luta contra a pandemia, "que bem representam todas as mulheres portuguesas".

O candidato a primeiro-ministro utilizou também a expressão "qual benesse?" para falar da crise que o país atravessou devido à subida da inflação. Pedro Nuno Santos reconheceu estes dois momentos como "um período difícil" para voltar a apontar o PS como um "porto seguro". "É assim que nós governamos, por mais dura que seja a crise", reforçou.

Comício contou com muitos nomes fortes do PS (Lusa)

"Falta de coesão" de Montenegro

Em Almada houve também oportunidade para recuperar as sucessivas polémicas que foram marcando a campanha de Luís Montenegro, como a associação da imigração à insegurança feita por Pedro Passos Coelho ou a vontade de um novo referendo sobre o aborto demonstrada por Paulo Núncio. "A AD foi-se revelando". E acrescentou: "Se tivesse 10% destes casos e casinhos, era arrasado. Olhem para a campanha do PS, onde é que nós desafinámos, onde?"

"Quem não tem coesão nas suas candidaturas, como é que pode garantir coesão e harmonia ao Governo da República?". E arriscou a resposta: "o povo português vai dar a resposta no dia 10 de março". O apelo ao voto voltou a ser feito aos trabalhadores, reformados, mulheres e jovens.

Discurso final cheio de críticas à direita (Lusa)

"Não precisamos de líderes que se escondem"

Pedro Nuno Santos chegou ao comício de encerramento com energia renova pela forte mobilização na descida do Chiado, feita à chuva. "Todos sabiam que ia chover em Lisboa. Mas nós não alterámos o nosso plano. Somos gente de fibra, resiliente", continuou. Para vincar as diferenças face a Luís Montenegro: "Também podíamos ter ido para um pavilhão, para um recinto fechado, também sabemos enchê-lo".

"Não alterámos os nossos planos, não temos medo da chuva. Sabemos que sempre que chove, a direita se esconde. Mas já chove tantas vezes na vida da gente. Não precisamos de mais partidos nem de líderes que se escondem da chuva. Precisamos é de partidos, de homens e mulheres, que enfrentem a chuva", atirou.

(Lusa)

Uma acusação de Marcelo: "entrou em campanha no último dia"

A intervenção final de Pedro Nuno Santos foi precedida por Ana Catarina Mendes, que acusou Marcelo Rebelo de Sousa de "entrar em campanha no último dia".

A posição surgiu depois de o "Expresso" ter noticiado que, caso a Aliança Democrática perca as eleições, mas houver uma maioria de direita no Parlamento, o Presidente da República não vai aceitar um primeiro-ministro de substituição de Luís Montenegro para um eventual Governo com o Chega.

“Em democracia não é aceitável. O Presidente da República - habituou-nos Mário Soares, Jorge Sampaio - é o garante da estabilidade democrática, é o garante de que todas as forças políticas têm os mesmos direitos em sociedades democráticas”, afirmou a cabeça de lista por Setúbal.

E continuou:“não é admissível que o senhor Presidente da República tenha decidido convocar estas eleições mas, pior do que isso, tenha decidido entrar hoje em campanha eleitoral”.

Ana Catarina Mendes acusou ainda Manuela Ferreira Leite de "insensibilidade social" por ter classificado a pandemia de covid-19 como uma "benesse" para a governação socialista.

“Por respeito a todos os portugueses que perderam familiares, amigos, é de uma insensibilidade social que nós, socialistas, não podemos admitir”, frisou.

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