Euro 2016: França-Roménia, 2-1 (crónica)

10 jun 2016, 22:10
França-Roménia (Lusa)

Uma França a uma só voz, e três pontos caídos quase do céu.

*Enviado-especial ao Euro 2016

A França foi só um jogador: Payet. Ganhou individualmente, terá empatado perante a modesta Roménia como equipa.

O médio do West Ham, e que transportou a boa forma durante a época para este início de Euro 2016, poderia ter conseguido resolver, praticamente sozinho, um jogo de abertura que a França fez questão de tornar complicado com o decorrer do tempo. Com as suas arrancadas, destroçou a frágil mas organizada defesa romena, e entregar em cima dos 90 minutos a vitória a uma candidata com ideias ainda por consolidar, face às saídas forçadas no grupo.

Não foi, por isso, uma exibição de encher o olho por parte dos franceses. Coletivamentem, já se disse, esteve longe de impressionar.

Ao fim de meia-hora de jogo, e com duas oportunidades apenas contra uma dos romenos, já se esperava mais da França-candidata.

A entrada dos romenos

É verdade que a seleção de Anghel Iordanescu atrasou a consolidação da estratégia dos Bleus para a partida. Entrou muito agressiva, inclinada para a sua esquerda e para a intensidade que Stancu coloca na luta pela bola. Foi a primeira equipa a rematar e, pouco depois, ganhou com essa intensidade um canto para Stanciu mostrar a técnica de cruzamento. A bola saiu para o primeiro poste, foi desviada e Lloris defendeu por puro reflexo o desvio de Stancu. Chiriches falhou também a recarga. Estava-se no quarto minuto e a França abanou. Na sequência do canto seguinte, Andone, como o ombro, deu novo aviso.

Deschamps montara a sua equipa num 4x3x3 muito maleável, com N’Golo Kanté como pivot de um meio-campo, que suportava a ainda intensidade e verticalidade de Matuidi, e a classe pura de Pogba. Lá à frente, a esquerda era apenas zona defensiva para Payet, que vagueava por toda a frente de ataque, tentando aproveitar drible, remate e muito da qualidade de passe que possui. Griezmann estava mandatado para diagonais e segundas zonas não cobertas por Giroud, que se assumia como referência para a finalização.

Os primeiros sinais, por Payet

Depois da ameaça romena, Payet começou, a espaços, a desequilibrar quase só por si, e a equipa francesa reagiu. Griezmann fez o primeiro remate gaulês aos dez minutos, aos 11 serviu Payet para uma das suas jogadas típicas: partir para cima do defesa, já perto da área, e cruzar. Giroud falhou o resto.

A disponibilidade física mostrada pelo meio-campo e defesa romenos atrapalhava (e pouco mais do que isso) a construção dos franceses, que também aqui e ali falhavam passes fáceis, denunciando alguma ansiedade.

Aos 15 minutos, surgiu a melhor jogada da primeira parte. Um passe fabuloso, simples, de Pogba – talvez o seu melhor momento numa primeira parte apenas mediana – entre o central e o lateral, Sagna a aparecer no corredor e a cruzar para a movimentação de Griezmann. Não acertou de primeira, mas um ressalto devolveu-lhe a bola, que cabeceou para o poste.

Até à meia-hora houve mais um remate de Pogba, com algum perigo, e pouco mais.  

Depois, com o intervalo à vista, apenas mais duas jogadas de nota: aos 36, Payet, quase sempre ele, criou o golo para Griezmann, mas o avançado do Atlético Madrid atirou ao lado, a meias com Chiriches. Giroud, também ele, voltou a mostrar pouco acerto já perto do intervalo, de cabeça, enviando a bola por cima. Sabia a pouco para os franceses, uma vez que o futebol mais direto e de confronto físico do seu rival tinha morrido bem cedo.

De novo a Roménia

Na segunda parte, a Roménia voltou a entrar melhor. Aos 48 minutos, desperdiçou outra boa oportunidade. Passe delicioso do talentoso Stanciu para Stancu, que, desmarcado, dominou no peito e atirou para fora.

Aos 57, Payet incendiou finalmente um esmorecido Stade de France ao sentar um defesa antes de entregar novo golo, desta vez a Pogba. O médio da Juventus, em já confirmada má noite, acertou na figura de Tatarusanu e a bola saiu para canto. Payet não se conformou e foi à direita receber e  cruzar para o golo. Giroud, em luta com o guarda-redes romeno, antecipou-se. Tocou no braço do guardião no salto, mas fora da pequena área, e a jogada valeu.

Parecia decidido porque o mais difícil tinha sido alcançado, mas é verdade é que do nada surgiu o empate. Uma bola não afastada, a insistência de Stanciu, que embalava, e a perna de Evra e impedir o movimento. Penálti, claro, ao 65 minutos. Stancu, que tinha desperdiçado o melhor da Roménia, desta vez mostrou frieza e empatou.

Do nada, Payet!

Com maior ou menor dificuldade, a Roménia susteve a França até perto do fim. Payet, sempre ele, ia lutando e procurando espaços, mas parecia que falta sempre qualquer coisa. Aos 90, chateou-se e resolveu ele. Uma bomba de fora da área, que arrasava de vez com a resistência do rival.

Depois disto tudo, quem acham que ganhou o jogo?

 

 

 

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