Euro 2016: França-Roménia, 2-1 (destaques)

10 jun 2016, 21:56
França-Roménia (Lusa)

Payet sozinho merecia a vitória e fez por isso.

Enviado-especial ao Euro 2016

A figura

PAYET – excelente na primeira parte, tendo construído duas das três oportunidades que a seleção francesa desperdiçou. Primeiro desequilibrou pela esquerda e serviu, de bandeja, o golo a Giroud, com o ponta de lança a cabecear ao lado. Depois, colocou a bola atrasada, como era pedida, para a finalização de Griezmann, mas também ele não foi feliz. Nos intervalos, tentou passes de rotura e o remate, mas esteve pouco acompanhado em termos de acerto por parte dos companheiros. Na segunda, ainda veio mais forte, numa exibição em crescendo e que teve como primeiro ponto alto o cruzamento que deu o 1-0 a Giroud. Traído pelo penálti de Evra, só ele merecia os três pontos. E fez outra vez por merecer: atirou uma bomba de longe, em cima dos 90 minutos, para acabar com a resistência do adversário. Nota máxima, a substituição para a ovação.

O momento

O 2-1, por Payet, aos 90 – a França parecia embalar para uma vitória mais confortável, quando a sua defesa – que tem andado muito nas bocas do mundo pela razia de que foi alvo – não conseguiu afastar uma bola aparentemente inofensiva e anular a insistência de Stanciu. O experiente lateral deixou a perna, e derrubou o médio, que podia embalar para a baliza de Lloris, castigando a sua equipa com um penálti. Stancu não vacilou, e a Roménia ganhou novo fôlego para suportar o último assédio francês na procura dos três pontos. Mas Payet não estava pelos ajustes, e acabou com a história. Um remate de longe, que deixou Tatarusanu pregado ao chão e que poderá a ajudar muito esta equipa a construir uma boa campanha.

Negativo

POGBA – fez um passe soberbo na primeira parte, foi tentando assumir o jogo e falhou uma grande oportunidade depois de jogada fabulosa de Payet, acertando na figura do guarda-redes. Tudo somado é pouco para quem luta pelo estatuto de grande jogador deste Europeu. Acabou substituído no assalto final ao triunfo por Martial.

Outros destaques:

KANTÉ – sim, faz lembrar Makelele. Cobre muitos espaços, e consegue quase sempre sair a jogar, e também por aí parece ainda mais móvel. Entrega a bola com critério quase sempre redonda, sendo muitas vezes o primeiro construtor de jogo dos Bleus, como se exige a um bom médio-defensivo. É rápido a atacar a bola, e recuperou-a com facilidade. Tem tudo para ser referência desta equipa.

STANCIU – o melhor dos romenos e não deve ser coisa de hoje. Delicioso o passe com o pé esquerdo, que isolou Stancu para a primeira grande oportunidade da segunda parte, logo no regresso dos vestiários. Só a assistência merecia mais acerto. A sua insistência acabaria por ganhar um penálti, cometido por Evra, e que deu novo empate à Roménia. Mas que não valeu pontos.

GIROUD – em quatro oportunidades acertou nenhuma. É verdade que não eram bolas só de encostar, mas não conseguiu afastar o fantasma de Benzema, que falha este Euro por motivos extra-desportivos. Para essa ideia também não contribuiu o facto de o golo que marcou também resultar de uma falta não assinalada sobre o guarda-redes Tatarusanu, mas tem pelo menos mérito pela forma como acreditou que era possível chegar com a cabeça onde o rival iria certamente com as mãos.

STANCU – não é um portento de técnica, mas nunca desiste de lutar. Falhou o pouco que a Roménia construiu, no início de ambas as partes, mas mostrou frieza no penálti, garantindo o primeiro golo na competição à seleção de Iordanescu.

 

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