Confrontos com separatistas no Paquistão fazem 15 mortos

Agência Lusa , AM
31 jan, 06:57
Paquistão (AP)

Principal grupo separatista da região, o Exército de Libertação Baluch, assumiu a responsabilidade pelo ataque

Confrontos com um grupo separatista causaram 15 mortos, incluindo quatro membros das forças de segurança e dois civis, na província do Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, de acordo com um novo balanço divulgado pelo exército.

O ministro interino da Informação do Baluchistão, Jan Achakzai, tinha inicialmente dito à agência de notícias France-Presse na terça-feira que seis rebeldes morreram nos combates, que ocorreram de madrugada, na cidade de Mach.

O exército esclareceu nesse dia à noite que “nove terroristas, incluindo três homens-bomba”, foram mortos.

“Quatro valentes membros das forças de segurança” e “dois civis inocentes” também perderam a vida, acrescentou o Serviço de Comunicações do Exército do Paquistão, num comunicado.

O principal grupo separatista da região, o Exército de Libertação Baluch (BLA), assumiu a responsabilidade pelo ataque.

Achakzai explicou que as forças de segurança repeliram "ataques coordenados" visando pelo menos três instalações governamentais, incluindo uma base de tropas paramilitares e uma esquadra da polícia.

Também na terça-feira, pelo menos quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas num atentado bombista num comício do partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI) do antigo primeiro-ministro Imran Khan, na cidade de Sibi, no Baluchistão.

Isto no mesmo dia em que Khan e um deputado do mesmo partido foram condenados a dez anos de prisão por um tribunal paquistanês que os considerou culpados de revelar segredos oficiais.

Khan, que foi destituído pelo parlamento em abril de 2022, está atualmente a cumprir uma pena de três anos de cadeia respeitante a um caso de corrupção.

O Baluchistão, uma província grande, pobre e escassamente povoada, é há muito tempo palco de violência étnica, sectária e separatista.

A região é rica em hidrocarbonetos e minerais, mas a população queixa-se de ser marginalizada e de não poder beneficiar dos seus recursos naturais.

De acordo com organizações de direitos humanos, a repressão militar levou a vários desaparecimentos e execuções extrajudiciais.

As tensões no Baluchistão aumentaram a 17 de janeiro, quando o Irão lançou ataques aéreos contra a província, visando o que Teerão disse serem esconderijos do grupo armado sunita anti-iraniano Jaish al-Adl (Exército da Justiça), causando a morte de duas crianças.

Em resposta, o Paquistão lançou ataques aéreos contra os alegados esconderijos do grupo armado no interior do Irão, na província de Sistan, matando pelo menos nove pessoas.

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