Hoje é "dia de Champions" no NOS Alive. Os Quatro e Meia, que afinal são seis, são as "mentes iluminadas" que decidiram atuar de fato

7 jul 2022, 20:02

Banda subiu hoje pela primeira vez ao palco do festival perante uma plateia bem composta, numa altura em que os termómetros marcavam 36 graus. E apesar de terem confessado que pensavam que as pessoas estariam ali para ver "outros artistas", o público mostrou conhecer as músicas na ponta de língua

Tiago Nogueira (voz e guitarra), Ricardo Liz Almeida (voz e guitarra), Mário Ferreira (teclados e vozes), João Cristóvão Rodrigues (violino), Pedro Figueiredo (bateria e percussão) e Rui Marques (baixo) são seis amigos que, em 2013, formaram uma banda em Coimbra e que, quase dez anos depois, subiram ao palco principal do NOS Alive pela primeira vez.  

Em entrevista à CNN Portugal, momentos antes do concerto, a banda confessou-se entusiasmada e com vontade de dar um concerto com "uma performance ao mais alto nível".

"Temos aqui duas situações distintas para aquilo que são os nossos concertos: um tempo limitado e, no fundo, sentimos que isto é a prova dos 400 metros. Não é assim tão curto nem é assim tão longo, e temos de dar uma performance ao mais alto nível. Sentimos que as pessoas que nos vêm ver cá, naturalmente, estão à espera de outros artistas", afirmou Pedro Figueiredo, o último membro a ser adicionado à banda.

Por sua vez, Ricardo Liz Almeida aproveita o momento para dar voz ao treinador que vive em si e compara o concerto de hoje a um jogo da Liga dos Campeões.

"Ontem foi o sábado, hoje é quarta-feira, dia de Champions. E vamos jogar. Mas estivemos a preparar toda a época para isto e estamos preparados para este desafio. A equipa está preparada mentalmente, lá em cima. Níveis lá em cima, fisicamente não acusamos desgaste. Estamos preparados para dar tudo dentro de uma hora. E acreditamos no mister", explica.

Durante o concerto, que aconteceu perante uma plateia bem composta, numa altura em que os termómetros marcavam 36 graus, a banda subiu a palco de fato e gravata e Tiago Nogueira até gracejou com a decisão da indumentária.

"Gostava de agradecer às seis mentes iluminadas que acharam que era boa ideia tocar sempre de fato e gravata... Ca burros!", atirou a meio do concerto, arrancando gargalhadas ao público.

A banda mostrou-se imparável ao longo de uma hora de concerto e a multidão, a sua maioria uma vez mais "escondida" na sombra do palco, mostrou saber as músicas de fio a pavio, entoando êxitos como "Baile de São Simão", "Canção do Metro", "Sentir o Sol", "A Terra Gira", "Olá Solidão" e "P'ra frente é que é Lisboa" (que encerrou o concerto).

Quando questionados se a música que fechou o concerto era um presságio do que se seguiria na carreira da banda quando foi escrita, Tiago Nogueira, vocalista da banda, explica que aquele que foi o primeiro original do grupo (escrito em 2013) foi escrito porque "é uma expressão muito usada" na zona de Coimbra.

"Normalmente até se diz "para trás mija a burra", e como não podíamos usar isto em televisão, a métrica não ficava bem, mas 'P'ra Frente é que é Lisboa' é uma expressão muito positiva. Também é isso que é a nossa imagem de marca, a nossa identidade, muito felizes por poder fazer algo que gostamos tanto, e de facto temos aproveitado cada minuto para desfrutar do improviso que a vida nos tem dado e chegamos cada vez mais a sítios onde nunca pensámos chegar, o Alive é um desses locais".

Um grupo de seis chamado quatro e meia

Confessando que tentam "todos os dias fazer o melhor e o máximo para chegar às pessoas" a quem entregam o trabalho, a banda conta ainda que é um orgulho e o melhor regresso pós-pandemia ter um concerto no NOS Alive.

"A verdade é que fomos evoluindo, aprendendo com outros músicos, com produtores, com editoras, com agências.... A nossa equipa técnica, então, foi a maior responsável pelo crescimento musical da banda. E hoje estamos aqui, contra todas as probabilidades, num dos maiores palcos de festivais do país, senão no maior, para mostrar a nossa música, que foi evoluindo ao longo destes nove anos", afirma Tiago Nogueira.

A banda de Coimbra tem como nome "Os Quatro e Meia" e leva a palco... seis músicas. Contas confusas? Nem por isso. 

A banda "Os Quatro e Meia" depois da entrevista à CNN Portugal

Rui Marques começa por uma teoria mais arrojada, que envolve várias garrafas de whisky e que leva a banda às gargalhadas, mas depois acaba por contar como é que a conta se fez.

"A primeira vez que tivemos um concerto, em 2013, éramos só nós os cinco, o Pedro Figueiredo estava em Ibiza a passar som numa viagem de finalistas. O que aconteceu foi que, na altura, perguntaram-nos como é que nos íamos apresentar em termos de nome, nós não fazíamos ideia do que íamos dizer, e contámos e eram quatro e meia (aponta para os colegas e depos para si, o "Meia"). Entretanto o Pedro Figueiredo juntou-se à banda e nós já tínhamos uma panóplia de seguidores - uns cinco, seis - e então achámos que não valia a pena mudar o nome", conta, entre as gargalhadas da banda.

O segundo dia de NOS Alive conta ainda com os concertos de Celeste, Jorja Smith, Florence + The Machine e Alt-J no palco principal. O primeiro dia de festival contou com 45 mil pessoas.

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