Que elemento falta ao meio-campo do Sporting?
William Carvalho-Adrien-João Mário. Este tem sido meio-campo mais utilizado pelo Sporting esta época, mas em 37 jogos disputados Marco Silva já experimentou outras soluções, como André Martins, Carlos Mané ou até Montero, com ideias diferentes.A variedade de alternativas testadas está associada ao momento de forma de alguns jogadores, mas acima de tudo reflete alguma instabilidade exibicional naquela zona. O jogo interior do Sporting não tem acompanhado a influência do jogo exterior
De certa forma as exibições frente a Benfica e FC Porto ajudam a perceber que a maior dificuldade da equipa leonina não está nestes contextos, mas sim naqueles encontros em que o domínio territorial é marcante mas pouco produtivo
Várias vezes ficou a sensação de que, controlados os rasgos individuais de Nani ou Carrillo, sobrava apenas o desequilíbrio provocado pelas subidas no terreno de Jefferson. Era o único desconforto para o adversário, que colocava todas as fichas nessa preocupação defensiva. Uma limitação reforçada neste início de 2015 pela ausência de uma presença imponente na área, como Slimani, mas cuja origem está a montante.
Mesmo em períodos de intenso domínio territorial, o meio-campo do Sporting teima em ficar amarrado a um triângulo com dois vértices mais recuados e apenas um instalado no bloco defensivo contrário. Adrien, o habitual «segundo volante», não joga em linha com William, mas ainda assim mantém-se sempre distante do terceiro elemento. Nem assume propriamente o início da construção dos ataques (é William), nem procura criar linhas de passe mais à frente.
Isolado no meio de uma floresta de adversários, João Mário tem dificuldades para aparecer em jogo. Acaba por recuar também no terreno, à procura da bola, ou faz movimentos de rutura nas costas da defesa contrária, sem bola, à espera de um passe longo que, tendencialmente, acarreta mais riscos do que certezas.
A verdade é que João Mário continua a ser um «8» a fazer de «10». A solução podia passar por coloca-lo como segundo médio, e encontrar alguém para jogar mais adiantado. Mas quem? Ryan Gauld
Pelo menos é mais provável do que colocar Carlos Mané
A aposta em Fredy Montero
Mas tendo em conta a subida de rendimento de William, e a autoridade que tem voltado a impor na sua zona, talvez Marco Silva possa pensar em assumir claramente uma inversão do triângulo. Frente ao Gil Vicente a estratégia não fugiu muito disto, de resto, com João Mário e André Martins praticamente em linha, a dividir o campo em largura.
Ainda que André Martins