Brasileiro apresenta-se como alternativa ao desgastado André André
«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.
Indisponível durante um mês, devido à lesão muscular sofrida no Bessa, para a Taça de Portugal, Evandro voltou para dar novo fôlego à equipa do FC Porto nos últimos jogos.
Lançado ao minuto 76 da visita a Dortmund, para a Liga dos Campeões, o médio brasileiro não só comandou a subida no terreno dos «dragões», como ainda criou a situação de perigo (que Suk não aproveitou) que ao minuto 90 podia ter aumentado significativamente as possibilidades portistas na eliminatória.
Três dias depois voltou a sair do banco, mas logo ao intervalo, na receção ao Moreirense. E se Layún foi o grande impulsionador de nova reviravolta portista, com mais um golo e uma assistência, Evandro assumiu papel decisivo ao marcar o golo da vitória (2-3).
Para alguém com um perfil discreto, a fugir dos holofotes – talvez em excesso - o tento deste domingo representa um Evandro de braço no ar. A pedir a palavra, a reclamar atenção.
O médio brasileiro não será o tal «terceiro médio» que falta ao FC Porto há algum tempo, e na verdade também já deixou fugir algumas oportunidades para assumir maior protagonismo na equipa azul e branca, mas tem valor para assumir papel relevante no contexto atual.
José Peseiro luta ainda contra uma das heranças mais pesadas do modelo de Julen Lopetegui – as dificuldades para desequilibrar pelo corredor central e encurtar a distância para o ponta de lança -, e pouco tem contado com o jogador que mais escondeu essas lacunas na primeira metade da época.
Se André André foi o istmo do Dragão na primeira metade da época, o elo de ligação, nos últimos tempos tem apresentado evidentes limitações físicas, como atestam apenas dois jogos completos em 2016.
José Peseiro está, por isso, obrigado a procurar alternativas, e é nesse contexto que Evandro levanta a mão, como que a reivindicar a capacidade para incutir um novo fôlego ao meio-campo portista.
