«4x4x3»: algo não batia certo, Sérgio

22 mar 2016, 10:30
4x4x3

Por isto Peseiro merece já um elogio

«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.         

 

Algo não estava a bater certo quando um treinador aprova o regresso de um jogador ao clube e depois só o utiliza três vezes até ao reveillón. Sobretudo quando estamos a falar de um médio – Sérgio Oliveira -, que até vinha de duas épocas fantásticas em Paços de Ferreira e de uma excelente prestação no Campeonato da Europa de sub-21.

E algo não estava a bater certo também porque Julen Lopetegui não herdou o plantel de ninguém. Até prova em contrário foi ele que concordou com o regresso de Sérgio Oliveira ao Dragão. E ainda assim, até ser afastado do comando técnico da equipa, a 8 de janeiro, Lopetegui só utilizou o médio em três ocasiões. Na Liga nem um minuto.

Desde então Sérgio Oliveira já fez oito jogos. E marcou dois golos. O último dos quais no passado sábado, a garantir a vitória em Setúbal, pela margem mínima.

Por mais que a crescente utilização de Sérgio Oliveira esteja associada às lesões de André André e Evandro, e também à saída de Imbula, o meio-campo do FC Porto nunca teve períodos de estabilização que justificassem tal esquecimento relativamente ao camisola 13. Perante as limitações físicas que André André carrega há algum tempo, apenas Danilo tem sido um pilar sólido no «miolo» portista. E se Evandro era uma alternativa válida para resolver o persistente problema da ligação interior ao ataque, não fossem os problemas físicos,  Sérgio Oliveira tem confirmado o potencial para assumir a posição intermédia no triângulo.

É o papel que encaixa melhor no internacional sub-21 português. Peseiro conta com ele para dar qualidade à primeira fase de construção de jogo, pela facilidade com que lança jogo para as alas através de passes longos mas também pela forma equilibrada com que identifica os momentos em que é possível «furar» com um passe vertical. Pode assumir também uma influência elevada nas imediações da área contrária, a tirar proveito de um pontapé potente, tal como se viu no Bonfim.

O protagonismo de Sérgio Oliveira na equipa do FC Porto ainda é recente, e o contexto da equipa na luta pelo título reduz a margem de erro ao mínimo, mas não seria de estranhar que no final da época se olhasse para a recuperação do internacional sub-21 português como um dos aspetos mais positivos a retirar da aposta em José Peseiro.

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