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Miguel Sousa Tavares diz que o risco da PJ "não é comparável" ao da PSP e GNR

CNN Portugal , BCE
4 jul, 22:40

Na 5.ª Coluna desta semana, Miguel Sousa Tavares analisa as reivindicações da PSP e da GNR para a revisão do suplemento de missão e ainda olha para o mundo, que está prestes a assistir a "três eleições decisivas em três democracias determinantes para o Ocidente"

Miguel Sousa Tavares critica o facto de a função pública "não ser toda remunerada por uma tabela única", razão pela qual surgem depois reivindicações como as da PSP e da GNR, que querem um aumento do suplemento de missão comparável ao que foi atribuído à Polícia Judiciária (PJ) em novembro passado.

"O problema é a função pública não ser toda remunerada por uma tabela única, cada setor tem os seus subsídios e é difícil saber quanto é que cada um ganha ao certo. Custa-me que haja um subsídio para as pessoas fazerem aquilo para que foram contratadas, eles escolheram essa profissão, sabem os riscos que correm, não podem pedir um subsídio por estarem a exercer essa profissão", argumenta o comentador da TVI, na rubrica 5.ª Coluna do Jornal Nacional.

Além disso, Miguel Sousa Tavares não considera "justa" a reivindicação da PSP e dos GNR para um suplemento de missão equiparável ao da PJ, uma vez que "em termos de risco, não é comparável" uma profissão e outra, dando como exemplo uma operação desencadeada esta quarta-feira por elementos da PJ que detiveram em Lisboa "dois grandes criminosos internacionais" que estavam a ser procurados nos Países Baixos. "Isso é uma operação de alto risco", sublinha.

"Três eleições decisivas em três democracias determinantes para o Ocidente"

O comentador analisa ainda as eleições "decisivas" no Reino Unido, em França e nos EUA - "três democracias determinantes para o mundo ocidental", descreve. "E pode ser que ainda venhamos a ter eleições antecipadas em Espanha, pelo andar da carruagem", acrescenta.

Começando pelo Reino Unido, Miguel Sousa Tavares antecipa que "os conservadores estão à beira de ter o pior resultado da sua história", ao ponto de o próprio primeiro-ministro correr o risco de "não ser eleito no seu círculo eleitoral, o que seria absolutamente inacreditável", diz.

"É engraçado como o Brexit não entrou de todo nesta campanha, e não entrou porque os conservadores perceberam que foi um falhanço", considera, acrescentando que os trabalhistas "também não falam do Brexit" como estratégia, uma vez que contam receber muitos votos de eleitores "do Partido Conservador que votaram pelo Brexit".

Miguel Sousa Tavares acredita que, depois da segunda volta das eleições legislativas deste domingo, "a França vai ficar irreconhecível, diferente e dificilmente governável".

Aparentemente, não haverá "possibilidade de maioria absoluta do União Nacional de Le Pen", uma vez que a chamada "Frente Republicana" se aliou contra a extrema-direita. Ainda assim, "Le Pen quer governar e vai procurar acordos" nesse sentido, diz. Caso não consiga pelo menos 250 deputados dos 282 necessários para formar maioria, "será a esquerda e os republicanos de Macron que terão uma maioria", explica.

"Será que eles se entendem? Bom, será difícil", estima o comentador, lembrando que "a esquerda é liderada por Jean-Luc Mélenchon e há mais gente em França que detesta o Mélenchon do que o Reagrupamento Nacional.

Em relação aos EUA, Miguel Sousa Tavares não tem dúvidas: Joe Biden "não está em condições de se candidatar" para um segundo mandato na Casa Branca. "Há muita gente dentro do Partido Democrata que acha que ele ainda é o único capaz de vencer Trump. Depois do debate que vi na semana passada, acho impossível", admite.

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