Como se França invadisse Espanha e Portugal ajudasse Madrid. É assim que Sousa Tavares vê o fornecimento de armas da NATO para ataques na Rússia

6 jun, 23:20

Nessa situação também Portugal seria visto como um inimigo, como um alvo a abater

“Mais um passo” rumo a um conflito internacional que envolva NATO e Rússia. É desta forma que Miguel Sousa Tavares olha para a autorização de vários países ocidentais para a utilização de armamento contra alvos dentro da Rússia.

O comentador da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal) entende que é possível uma paz e não um escalar da guerra, e questiona porque é que ninguém dá passos nesse sentido.

“Falamos de aliados mas os Estados Unidos, Biden, apesar de tudo, tem sido o mais cauteloso, porque ele sabe que se isto degenerar na ‘batatada’, na frente de batalha vão estar os americanos”, afirmou, dizendo que “é muito fácil fazer como Macron”, e lembrando que “os franceses não ganham uma batalha desde Austerlitz”, ainda no tempo de Napoleão.

Miguel Sousa Tavares viu esta escalada a começar logo com o fornecimento de radares, depois os carros blindados, armas ligeiras e até carros de combate, como o Leopard, que é uma arma ofensiva.

Seguiu-se artilharia naval e até os F-16, além dos HIMARS, que permitiram ataques de maior capacidade. Discutem-se agora os ATACMS, com um alcance de 300 quilómetros, precisamente a distância das posições ucranianas para os locais de onde são lançados ataques a partir da Rússia.

O comentador da TVI lembra que Joe Biden sublinhou que não há ataques a Moscovo ou ao Kremlin, mas sim, precisamente, a estas posições mais próximas da fronteira.

“Os ucranianos têm todo o direito a atacar território russo e têm-no feito. A questão é envolver armas da NATO”, nota, colocando como hipótese uma invasão francesa de Espanha, com Portugal a fornecer artilharia para atacar as bases francesas.

“Como é que os franceses olhariam para nós? Como inimigos, como um alvo”, responde, lembrando que, oficialmente, a guerra é entre Rússia e Ucrânia, mas que se torna cada vez mais uma guerra entre a Rússia e a NATO.

Miguel Sousa Tavares insiste, assim, na discussão séria para chegar a uma paz, ressalvando que não é na cimeira de paz a realizar-se na Suíça que isso vai acontecer.

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