Miguel Albuquerque diz ter "condições" para governar em maioria (sem o Chega). Mas mantém promessa de se demitir caso não o consiga

24 set 2023, 23:30

Miguel Albuquerque vai apresentar um governo de maioria parlamentar (sem o Chega). Mas mantém promessa de se demitir caso não

O líder dos sociais-democratas na Madeira reiterou por diversas vezes durante a campanha eleitoral que não governava sem maioria absoluta. Mas agora assume que tem condições para governar em maioria parlamentar, afastando o Chega desse cenário

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, considera que está "em condições" de apresentar "nos próximos dias" um governo de maioria parlamentar, excluindo desde logo o Chega de qualquer entendimento.

"Asseguro a todos vós que apresentarei nos próximos dias essas condições para governar com maioria absoluta em estabilidade, sendo certo que dessa coligação está excluído o Chega", declarou, perante os apoiantes que o aguardavam há várias horas na sede de campanha da coligação PSD/CDS-PP, no Funchal.

Apesar de vencer as eleições regionais desta noite, a coligação "Somos Madeira" ficou a um deputado de conquistar a maioria absoluta, tão ambicionada por Miguel Albuquerque. O presidente do PSD-Madeira reiterou por diversas vezes durante a campanha que não governava sem maioria absoluta.

"Não governo, não vou governar e recuso-me a governar se não tiver maioria, é impossível”, afirmou Miguel Albuquerque, num comício em Santa Cruz, na quarta-feira.

Mas os resultados desta noite demonstraram "o voto de confiança" dos madeirenses para com esta coligação, e o presidente do Governo Regional acredita que tem pois condições para continuar a governar, não com maioria absoluta, mas com maioria parlamentar. Se não o conseguir fazer, garante que vai cumprir com a sua palavra. "Manterei a minha palavra de me demitir caso não consiga assegurar um governo de maioria na Madeira", prometeu.

Miguel Albuquerque aproveitou ainda para reagir às declarações do líder do PS-Madeira, Sérgio Gonçalves, que o desafiou a cumprir a sua palavra "uma vez na vida" e apresentar a demissão. "Acho extraordinário - para não dizer anedótico - que o líder do PS regional venha exigir a minha demissão quando ele perdeu uma hecatombe de deputados e eu alcancei 43,13% dos votos, que é superior aos 41% que permitia ao atual primeiro-ministro governar em maioria absoluta. Deve estar a brincar connosco."

Montenegro descarta Chega de qualquer solução na Madeira ou no país

Momentos antes de Miguel Albuquerque tomar a palavra no púlpito da sede dos sociais-democratas na Madeira, Luís Montenegro tomou uma posição clara em relação ao Chega, numa primeira reação aos resultados desta noite eleitoral.

"Não haverá nenhuma solução governativa na Madeira que tenha a contribuição do Chega. Quero dizer-vos que o vai ou pode acontecer na Madeira é o mesmo que vai acontecer no país. O mesmo é dizer que não vamos governar nem a Madeira nem o país com o apoio do Chega porque não precisamos”, declarou aos jornalistas.

Lembrando que esta foi a primeira eleição desde que assumiu a liderança dos sociais-democratas, Luís Montenegro assumiu "toda a responsabilidade" pelo resultado desta noite. "Estou muito satisfeito por ter vencido também esta eleição."

"Esta é uma noite de alegria para o PSD, vencemos com muita margem, tivemos mais do dobro dos votos do PS e conquistamos mais do dobro dos mandatos do PS", assinalou, resumindo o resultado como uma vitória "expressiva".

Tanto que admitiu não se importar que o mesmo fosse reproduzido nas próximas eleições legislativas. "Quem me dera que nas próximas eleições legislativas obtivesse o resultado que foi hoje aqui alcançado", confessou.

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