FC Porto-Rio Ave, 0-0 (crónica)

Samuel Santos , Estádio do Dragão, Porto
3 fev, 22:34

A muralha do Rio Ave bloqueou a criatividade ofensiva do FC Porto

Numa 20.ª jornada marcada pela falta de policiamento em Famalicão, no Dragão foi abundante a segurança do Rio Ave. A turma de Luís Freire, que não contou com o castigado Oudrhiri, nem com o lesionado André Pereira, revelou Tanlongo como surpresa entre os titulares. Os visitantes apresentaram uma paciência e coesão hercúlea, abdicando da iniciativa de jogo para frustrar o ímpeto ofensivo contrário.

O FC Porto, que repetiu o «onze» da visita ao Farense, e estreou o reforço Otávio Ataíde nos convocados, apostou desde cedo em inaugurar o marcador. A pressão exercida sobre a linha recuada contrária permitiu a Evanilson recuperar a bola, junto da área contrária, somente perturbado por Nóbrega na corrida para a baliza. Face à queda do brasileiro, António Nobre apontou para a marca de grande penalidade. Contudo, o vídeoárbitro – esta noite liderado por Fábio Melo – aconselhou o árbitro a reverter a decisão.

O ponta de lança portista, a viver uma fase prolífera, é o vértice no ataque dos dragões, recuando até à posição «falso nove» para servir Francisco Conceição e Galeno. Para ler sobre os destaque individuais desta partida, clique aqui.

Num jogo de sentido único, o FC Porto inaugurou o marcador ao décimo minuto – ainda que por escassos momentos – por Galeno. Numa jogada coletiva de encher o olho, a toda a largura, Conceição recebeu à direita, cruzou para o cabeceamento de Nico González, travado por Jhonatan. Contudo, face à recarga, o guardião nada podia fazer.

Minutos volvidos, quando a festa já havia acalmado, o vídeoárbitro voltou à ação e desvendou um fora de jogo de quatro centímetros de Galeno.

Entre insistências, voltou a gritar-se «Golo!» no Dragão à passagem dos 40m. Mas, uma vez mais, havia posição irregular no ataque dos portistas, desta feita por 14 centímetros.

Do lado dos vilacondenses, o muro permanecia intacto, com Aderllan Santos em evidência, esperando até ao momento certo para intervir e agravar a frustração da turma de Sérgio Conceição. Sem medo de recorrer à falta, os comandados de Luís Freire estavam apostados em arrecadar um ponto no Dragão, essencial na maratona pela manutenção – até porque os vilacondenses ocupam posição que a play-off de manutenção.

Por isso, ao intervalo, prevalecia o nulo.

Reveja, aqui, a história desta partida.

Fortaleza do Rio Ave agravou desespero do dragão

Ao intervalo, Luís Freire lançou Aziz e Vrousai, em detrimento de Joca e Fábio Ronaldo, procurando aproveitar a «avalanche» ofensiva dos dragões para contra-atacar. De facto, o encontro manteve-se de toada única, mas foram raros os ataques dos visitantes.

Todavia, o FC Porto surgiu mais nervoso, impaciente, até desesperado, no segundo tempo. Os remates sucediam-se à mínima oportunidade, as bolas paradas não surtiam efeito e os cruzamentos morriam, por norma, nas mãos de Jhonatan, livre de pressão.

Apesar da entrada de Iván Jaime, Toni Martínez, Gonçalo Borges e Dany Damaso – e com o Rio Ave reduzido a partir dos 90+2m – a «fúria» portista no ataque apenas surtiu desespero e frustração. Nada transpôs a muralha – impressionante – do Rio Ave. Ao contrário do sucedido na primeira volta, os dragões não encontraram o caminho da felicidade nos derradeiros minutos.

O empate - o terceiro dos azuis e brancos na Liga - atrasa o FC Porto na perseguição aos rivais, somando 45 pontos no 3.º lugar. Quanto ao Rio Ave, os comandados de Luís Freire atingem os 18 pontos e igualam, provisoriamente, Estoril e Estrela da Amadora.

Os vilacondenses recebem na próxima jornada, a 11 de fevereiro (domingo), o Casa Pia, rival direto na luta pela manutenção. Partida agendada para as 20h30.

Por sua vez, o FC Porto centra atenções nos «quartos» da Taça de Portugal. Na quarta-feira, às 16h, os dragões visitam os açorianos do Santa Clara. No regresso à Liga, no sábado, os portistas visitam o Arouca.

 

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