Marítimo-Famalicão, 0-4 (crónica)

21 mar 2021, 20:10

Goleada para a história

O Famalicão venceu este domingo pela primeira vez no Estádio do Marítimo e logo com uma goleada por 4-0. Triunfo justo do minhotos na Madeira, que também representou o primeiro do técnico madeirense Ivo Vieira ao leme da nova equipa. 

Os madeirenses até entraram melhor no jogo, mas a falta de eficácia na finalização (até deu para desperdiçar uma grande penalidade) e o desacerto defensivo, fizeram pender o prato da balança para os famalicenses, que até podiam ter saídos Barreiros com um resultado ainda mais expressivo. 

Para este duelo de aflitos, Ivo Vieira fez apenas uma mudança no onze inicial que levou a jogo contra o Sp. Braga, com Ugarte a entrar, por opção técnica, para o lugar de Pereyra. Já Júlio Velazquez operou duas alterações em relação ao triunfo sobre o Nacional, promovendo a titularidade de Guitane e Milson nos lugares do castigado Edgar Costa e de Correa, lesionado.

Famalicão e Marítimo demoraram a desencaixar-se um do outro em termos táticos, mas quando tal aconteceu, saltou à vista a eficácia dos minhotos. Até à meia hora de jogo, os verde-rubros detinham o sinal mais quanto a ocasiões de golo, mas depois só deu azul e branco.  

O futebol de transição rápida da equipa de Julio Velázquez, que teve Milson como principal protagonista nos primeiros minutos, criou o primeiro desequilíbrio aos 8 minutos. O angolano roubou uma bola a meio campo, meteu o turbo e já perto da grande área isolou Rodrigo Pinho, que só não marcou porque Luiz Júnior opôs-se com uma grande defesa.

Milson entrou endiabrado no jogo e pouco depois do quarto de hora, o Famalicão, já tinha dois jogadores amarelados. A equipa de Ivo Vieira não conseguia encontrar espaços para entrar na grande área com o seu futebol organizado, que procurava instalar-se no meio campo defensivo madeirense, e com isso exponha-se ao contragolpe conduzido sob a velocidade e capacidade de drible do jovem angolano. 

Antes do descalabro, o Marítimo ainda dispôs de mais uma boa ocasião para inaugurar o marcador, quando Rafik, aos 27, recuperou nova bola a meio a campo e fez um passe de morte para Pinho, mas o avançado perdeu algum tempo na grande área e já com pouco ângulo, atirou ao lado.

Na resposta, os minhotos criaram a primeira ocasião. Hugarte fez um grande passe para Gil Dias, e este, com espaço na direita, derivou para o meio e rematou para grande defesa Amir. Pouco depois chegou o primeiro golo do jogo e logo a seguir o segundo, com a defesa maritimista a exibir todas as fragilidades demonstradas ao longo da época.  

Decorria do minuto 32 e Ivo Rodrigues, recebeu a bola em plena área e após trabalhar sobre vários adversários, enquadrou-se com a baliza e atirou rasteiro sem grandes hipóteses para Amir. Cinco minutos depois, Milson facilitou em zona proibida e Anderson ficou com o caminho aberto para a baliza madeirense.

O jogo podia ter voltado à toada de equilíbrio dos primeiros minutos se, aos 42, Rodrigo Pinho tivesse aproveitado a grande penalidade cometida por Riccieli, que derrubou Joel, mas o melhor marcador dos verde-rubros, atirou ao lado.  

Os dois golos sofridos em tão pouco tempo e a grande penalidade não aproveitada deixaram a equipa madeirense algo atordoada. E as coisas podiam ter ficado ainda piores caso o Famalicão, já em período de descontos, tivesse convertido uma das duas boas oportunidades que dispôs em plena grande área verde-rubra. Em ambas as ocasiões, valeu a entrega de Hermes a oferecer o corpo aos remates.

A vencer por 2-0, o Famalicão regressou do intervalo ainda mais confiante e também disposto a ampliar a vantagem o quanto antes, até para dar o golpe de graça nas esperanças madeirenses. Não foi preciso esperar muito. Aos 50, Ivo Rodrigues bisou na partida, a passe de Ugarte à entrada da grande área. O extremo voltou a ter tempo e espaço para decidir bem, atirando rasteiro para levar a bola a entrar junto ao poste.

A reação do Marítimo chegou dois minutos depois, com Rodrigo Pinho a desviar um cruzamento de Hermes ao primeiro poste, mas a levar a bola a sair muito por cima da baliza de Luiz Júnior. Foi o último grande momento dos madeirenses. A equipa quebrou emocionalmente, tornando-se uma presa ainda mais fácil para a estratégia do Famalicão, de gestão dos momentos do jogo mas sem deixar de olhar para baliza de Amir. 

Os minhotos passaram a controlar totalmente o jogo e também a construir oportunidades para ampliar o marcador. Foram várias, mas só deu para mais uma. Aos 78, um grande trabalho de Gil Dias pela direita culminou com um cruzamento que foi desviado por Anderson, à boca da baliza. Tudo bem feito, com processos simples mas com muita intenção e intensidade. O espelho puro da forma como a vitória famalicense foi justamente construída.

Relacionados

Patrocinados