És jovem e estás a pensar emigrar? Vê o que os partidos te propõem para ficares

27 fev, 18:00
Emigrar

Emigrar ou ficar é a escolha que muitos jovens portugueses até aos 35 anos enfrentam. Aqui estão algumas das propostas que os partidos têm para contrariar uma tendência que se tem vindo a verificar

Cerca de 1,7 milhões de jovens entre os 18 e os 35 anos vão poder votar nestas eleições, segundo números do Pordata. Outros 850 mil decidiram mudar de rumo e trilhar caminhos além-fronteiras, de acordo com estimativas do Atlas da Emigração Portuguesa, apresentado pelo Observatório da Emigração em janeiro. É o balanço entre aqueles que ainda vivem em Portugal e os que tiveram de emigrar, muitos deles forçados a fazê-lo porque não encontravam resposta para os seus problemas no país onde nasceram.

Falamos de problemas como os salários baixos – 75% dos jovens ganhavam menos de mil euros; a incapacidade de sair de casa dos pais – a idade média dos jovens portugueses a deixar a casa dos pais é 29,7 anos (bem acima da média da União Europeia, de 26,4 anos); não conseguir investir na educação – os empréstimos para pagar despesas de educação subiram substancialmente na última década, de acordo com dados do Banco de Portugal citados pelo Diário de Notícias; receio de não conseguir arranjar trabalho na área que gostam – o número de jovens desempregados está em máximos de seis anos.

Diante deste cenário e com as eleições a aproximarem-se, os partidos políticos estão perante um desafio crucial: convencer a juventude a ficar. No entanto, nem todos têm a possibilidade de emigrar. A CNN Portugal elaborou uma série de quadros com base nos programas dos partidos para explicar quais as medidas para questões como salários, emprego, habitação ou educação.

Queres receber mais? 

É na área fiscal que alguns partidos destacam as suas propostas, com o intuito de aumentar o rendimento líquido que os jovens recebem. O Partido Socialista (PS), a Aliança Democrática (AD), o Chega, a Iniciativa Liberal (IL) e o Pessoas-Animais e Natureza (PAN) focam os seus esforços em ajustes ao Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), cada um com abordagens distintas.

Para além do IRS, alguns partidos propõem isenções específicas e ajudas para os mais jovens.

A maioria da esquerda não prevê medidas específicas para reduzir os impostos dos jovens, mas promete reduções significativas, especialmente para as pessoas com rendimentos mais baixos.

Queres sair de casa dos teus pais? 

É cada vez mais difícil para um jovem ter habitação própria. A maioria dos jovens acaba por optar por uma casa a dividir com oito pessoas, um quarto alugado com uma renda demasiado elevada ou ficar em casa dos pais. Aliás, Portugal é dos países da União Europeia em que mais tarde se sai do domicílio familiar. Segundo o Eurostat, a idade média com que os jovens da UE passam a viver sozinhos é 26,4. Portugal está acima da média (29,7). E é por isso que os partidos incluíram nos seus programas eleitorais medidas destinadas aos jovens.

No que toca a medidas para habitação, BE, CDU, IL e Livre não se focam apenas nos jovens, mas sim em todas as faixas etárias.

Queres investir na tua educação?

O primeiro passo para um futuro melhor é a educação. Mas há propinas para pagar e casas ou quartos para arrendar, que não raras vezes travam o sonho de um curso universitário.

Tens medo de não arranjar trabalho?

Realizados os estudos, a maior incerteza de um jovem é se arranja trabalho. O mercado de trabalho é difícil de entrar. Entre publicações e anúncios no LinkedIn, enviar currículos, realizar entrevistas ou até 'pedinchar' trabalho a um conhecido, são muitos os caminhos a percorrer. Mas os partidos também têm propostas para esta fase da vida. 

Será isto que te convence?

Alguns partidos não ficam por propostas para problemas conhecidos e avançam também para medidas que possam dar mais liberdade aos jovens.

 

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