Biden diz que Gaza e Cisjordânia devem ficar nas mãos de uma Autoridade Palestiniana "revitalizada"

CNN Portugal , BCE
18 nov 2023, 22:08
Joe Biden discursa na sala oval (AP)

O presidente norte-americano distancia-se assim do plano de Benjamin Netanyahu, que sugeriu que Israel possa vir a manter "responsabilidade militar" na região "num futuro próximo"

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu este sábado que a Faixa de Gaza e a Cisjordânia devem ficar nas mãos de uma Autoridade Palestiniana "revitalizada" até que seja possível aplicar a solução de dois Estados na região.

Num artigo de opinião publicado no Washington Post, intitulado "Os Estados Unidos não desistirão do desafio de Putin e do Hamas", Joe Biden reitera que "a solução de dois Estados é a única forma de garantir a segurança a longo prazo quer do povo israelita quer do povo palestiniano".

O presidente norte-americano reconhece que esta solução "pode parecer um tiro no escuro agora", mas não tem dúvidas de que os ataques do Hamas evidenciam como é agora "mais necessária do que nunca".

Até lá, diz Joe Biden, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia "devem ser reunidas sob uma única estrutura de governo, em última análise sob uma Autoridade Palestiniana revitalizada", distanciando-se assim do plano do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que recentemente levantou a hipótese de assumir o controlo de Gaza.

"Creio que a Autoridade Palestiniana, na sua forma atual, não é capaz de aceitar a responsabilidade de governar Gaza", declarou Benjamin Netanyahu, em conferência de imprensa, citado pela Reuters, sugerindo que Israel possa vir a manter "responsabilidade militar" na região "num futuro próximo".

Para Joe Biden, porém, o caminho para a paz na Faixa de Gaza não passa por aí, advertindo contra a "violência extremista" dos colonos contra os palestinianos na Cisjordânia, e inclusive ameaçou impor sanções contra os responsáveis pelos ataques.

"Tenho salientado perante os líderes israelitas que a violência extremista contra os palestinianos na Cisjordânia deve acabar e que aqueles que cometem a violência devem ser responsabilizados. Os Estados Unidos estão preparados para tomar as suas próprias medidas, incluindo a proibição de vistos contra extremistas que atacam civis na Cisjordânia", declarou.

O presidente norte-americano lamentou o número de mortos civis desde os ataques do Hamas, a 7 de outubro, mas voltou a opor-se a um cessar-fogo porque acredita que tal seria usado pelos combatentes islamistas para “reconstruir o seu arsenal” e preparar novos ataques contra Israel.

"Enquanto o Hamas mantiver a sua ideologia de destruição, um cessar-fogo não é paz. Para os membros do Hamas, cada cessar-fogo é um momento que eles aproveitam para reconstruir o seu arsenal de foguetes, reposicionar os combatentes e reiniciar a matança, atacando novamente inocentes. Um resultado que deixasse o Hamas no controlo de Gaza perpetuaria uma vez mais o seu ódio e negaria aos civis palestinianos a oportunidade de construir algo melhor para si próprios", defendeu.

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